Arquitetura sustentável? Quando o discurso não mais sustenta um futuro para a prática arquitetônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Saramago, Rita de Cássia Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102131/tde-24062022-125604/
Resumo: Desde sua difusão no final dos anos 1980, a noção de sustentabilidade vem sendo aplicada indiscriminadamente para justificar práticas bastante diferenciadas, inclusive na área da Arquitetura e do Urbanismo. Sendo assim, este trabalho pretende refletir, a partir de revisão da literatura, como ocorreu o surgimento e a propagação do discurso da sustentabilidade, indicando de que maneira tal discurso tem se inserido em nosso campo específico de atuação. Para tanto, após elencar os impactos ambientais ocasionados pelas atividades humanas, são analisados os eventos mundiais, as experiências teórico-práticas e as obras referenciais que introduziram e consolidaram a temática ambiental na agenda da Arquitetura e do Urbanismo. Além disso, com base na crítica da Economia Política, apresentamos a tese da insustentabilidade do nosso sistema hegemônico de (re)produção, o qual, desde suas origens, depende da exploração desmedida dos corpos humanos e da Natureza. Por isso, buscamos compreender como a construção de edificações e de cidades, ao longo do tempo, tem contribuído para dar continuidade à insustentável acumulação capitalista e às dinâmicas espaciais desiguais, em termos socioambientais, que lhe caracterizam. Face à incapacidade da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável em resolver os impactos socioambientais de nossa civilização termofóssil, outras noções surgiram como contrapontos: decrescimento, sobretudo no contexto europeu e norteamericano; e justiça ambiental e Bem Viver, em particular nos países do Sul global. O presente trabalho também se debruça sobre esses conceitos, investigando como seus princípios podem ajudar a repensarmos a produção de nosso setor de forma crítica à ideia vigente de arquitetura sustentável. Portanto, diante do quadro de colapso socioambiental iminente, os argumentos reflexivos e críticos que reunimos pretendem contribuir para a urgente e necessária transformação de nossos modos de ser e de estar no mundo.