Associação entre a carga ácida da dieta e eventos de mortalidade e terapia renal substitutiva em pacientes com doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Machado, Alisson Diego
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5148/tde-24112022-122521/
Resumo: A carga ácida da dieta representa a diferença entre os ácidos não carbônicos provenientes, sobretudo, do metabolismo de aminoácidos, e o total de bases absorvidas no trato gastrointestinal, predizendo o total de ácidos fixos que devem ser excretados para que o balanço ácido-base seja mantido. Estudos têm investigado a associação entre a carga ácida e a progressão da doença renal crônica (DRC), porém com resultados conflitantes. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre a carga ácida da dieta e eventos de mortalidade e terapia renal substitutiva (TRS) em pacientes com DRC. Foram incluídos 442 pacientes com DRC no presente estudo, provenientes do estudo de coorte Progredir. O consumo alimentar foi mensurado por um questionário de frequência alimentar e a carga ácida da dieta foi estimada por meio de dois algoritmos previamente validados, NEAP (net-endogenous acid production) e PRAL (potential renal acid load), calculados a partir da ingestão de determinados nutrientes. A associação entre as medidas de carga ácida e os eventos de mortalidade foi avaliada por meio de regressão de riscos proporcionais de Cox, e para os eventos de TRS por regressão de Weibull e modelos de risco competitivo. A maioria dos participantes era idosa (mediana de idade de 69 anos), do sexo masculino e com diabetes, majoritariamente em estágios 3 e 4 da DRC. As medianas de NEAP e PRAL foram de 49,5 e 4,8 mEq/dia, respectivamente. Durante o seguimento foram identificados 244 óbitos e 75 eventos de TRS. Não houve associação entre as estimativas de NEAP e PRAL com os desfechos quando todos os participantes foram incluídos nas análises. Após estratificação por diabetes, ambas as medidas se associaram a um maior risco de evento de TRS nos participantes diabéticos, mesmo após ajustes para idade, sexo, estado nutricional, taxa de filtração glomerular, ingestão de proteína, fósforo e energia, e bicarbonato sérico (HR 1,027, IC 95% 1,007-1,048 para NEAP, e HR, 1,025, IC 95% 1,003-1,046 para PRAL). Esse achado foi confirmado pelos modelos de risco competitivo. Assim, neste estudo as estimativas de NEAP e PRAL se associaram a um risco aumentado de TRS em diabéticos, sugerindo que uma maior carga ácida da dieta possa ser especialmente prejudicial para essa população. Por outro lado, essa associação não foi identificada em não diabéticos, e nenhuma das medidas se associou à mortalidade