Influência do Pacu (Piaractus mesopotamicus, HOLMBERG, 1887) e do fluxo contínuo de água nas características limnológicas de viveiros de piscicultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Eler, Márcia Noélia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-15052018-141000/
Resumo: Realizou-se, no Centro de Pesquisa e Treinamento em Aquicultura - CEPTA/IBAMA, em Pirassununga/SP, entre 28 de junho e 12 de agosto de 1991, um experimento com o objetivo de avaliar a influência de juvenis de Pacu (Piaractus mesopotamicus, HOLMBERG, 1887) nas características limnológicas da água. Avaliou-se também o impacto do fluxo contínuo de água nas comunidades planctônicas e na qualidade de água do viveiro. O experimento foi conduzido em dois viveiros retangulares escavados, com área útil de 350 m2, 1% de declividade, com abastecimento de água individual feito através de canaletas de concreto a céu aberto. A água de abastecimento foi proveniente da represa Velha (área de 5ha.), alimentada pelo córrego da Barrinha. Os viveiros foram abastecidos com um volume de 277 m3 de água, atingindo uma profundidade máxima de 1,2 m. Esses viveiros foram tratados com 50 g/m2 de calcário dolomítico e 200 g/m2 de esterco fresco de bovino, sendo que um serviu como controle e o outro foi povoado com pacu. No viveiro com Pacu foi feito arraçoamento diário com 1050 g de ração comercial. As amostras de água dos viveiros foram coletadas no período de 28 de junho a 12 de agosto de 1991, em intervalos que variaram de 2 a 3 dias. Foram monitoradas as seguintes variáveis limnológicas: temperatura, pH, transparência da água, material em suspensão, alcalinidade, dureza, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, nitrito, nitrato, amônia, fosfato total, fosfato dissolvido, fósforo inorgânico, silicato reativo, fitoplâncton, produção primária do fitoplâncton, clorofila a, zooplâncton e conteúdo estomacal dos juvenis de Pacu. A presença do Pacu no viveiro afetou a qualidade da água, elevando as concentrações de nutrientes e contribuindo para a diminuição das concentrações de oxigênio dissolvido. Com isto, a produção primária bruta foi, em média, mais elevada no viveiro com Pacu do que no controle. O fluxo contínuo de entrada e saída de água também afetou a qualidade da água dos viveiros, principalmente em relação à concentração de oxigênio dissolvido. O sinergismo entre o fluxo de água e a presença do Pacu contribuiu para que houvesse uma pertubação nas comunidades planctônicas em desenvolvimento nos viveiros. A comunidade do fitoplâncton esteve dominada pelas clorofíceas, principalmente pelas desmidiáceas. A densidade do fitoplâncton foi mais elevada no viveiro com Pacu. Durante todo o experimento, os cladóceros foram bem sucedidos em ambos os viveiros, o que não aconteceu com os rotíferos e nem com os copépodos. A alta densidade populacional dos cladóceros provavelmente deve ter influenciado na densidade de rotíferos no viveiro com Pacu, pois as duas populações mostraram relação inversa. Os copépodos contribuíram com uma espécie filtradora, sendo que as demais eram capturadoras. Os Cyclopoida foram mais abundantes no viveiro com Pacu. Na análise do conteúdo estomacal foram encontrados os seguintes itens alimentares: ração, sementes, gramas, plâncton, animais bentônicos e detritos. Os itens do plâncton mais freqüentes foram: zooplâncton (ovos de copépodos, ovos de rotíferos, larvas de chironomideo e restos de zooplâncton parcialmente digeridos) e fitoplâncton (Eunotia hexasghliphis e Scenedesmus quadricauda).