Avaliação ecocardiográfica da contratilidade do ventrículo esquerdo em pacientes chagásicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Almeida Filho, Oswaldo Cesar de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-14042025-112858/
Resumo: O presente estudo foi desenvolvido para testar a hipótese de que índices de contratilidade ventricular esquerda, independentes das condições de sobrecarga impostas ao coração, possam identificar precocemente sinais de depressão, mesmo que discreta, da contratilidade miocárdica, em pacientes com as formas indeterminada e digestiva da moléstia de Chagas, bem como em cardiopatas com envolvimento cardíaco discreto. Assim, foram estudados 48 indivíduos, do sexo masculino, com idade variando entre 18 e 59 anos, dos quais 13 pertenciam ao grupo normal (N), 14 ao de portadores da forma indeterminada (FI), 11 ao grupo de pacientes com a forma digestiva (FD) e 10 deles eram cardiopatas (FC). Apenas dois indivíduos na forma cardíaca apresentavam percentagem de encurtamento sistólico do ventrículo esquerdo abaixo do normal. No entanto, foram documentadas anormalidades segmentares de paredes do ventrículo esquerdo ao ecocardiograma em 3 pacientes com a FD, 3 com a FI e 5 da FC. Após administração de atropina (0,01 mg / Kg), a pressão arterial sistêmica foi elevada progressivamente durante infusão endovenosa de fenilefrina (0,25 µg/Kg/min, dose inicial) com doses crescentes, até atingir aumentos de 30 a 60 mmHg. Foram avaliados efeitos deste estresse vasopressor sobre índices tradicionais de desempenho do ventrículo esquerdo, como o Δ D% e o Vcfc, e sobre a relação pressão-dimensão sistólica final. A pressão arterial sistêmica medida por método oscilométrico permitiu a calibração do pulso carotídeo e a estimativa da pressão sistólica final (PSF). As dimensões sistólicas do ventrículo esquerdo ao final da sístole (DSF) foram medidas pelo ecocardiograma modo-M. A relação PSF/DSF mostrou-se linear em todos os indivíduos. Verificou-se que Δ D% e Vcfc não foram capazes de distinguir os diversos grupos estudados, mesmo sob o efeito da fenilefrina, mas a relação PSF/DSF mostrou uma inclinação que foi significativamente menor, em média, que o grupo N (88.95 ± 16.95 mmHg/cm), em todos os grupos de chagásicos (FI = 53.85 ± 22.68, FD = 51.62 ± 22.64, FC = 53.96 ± 21.09 mmHg/cm), que não se mostraram diferentes entre si. Os chagásicos com alterações de mobilidade segmentar apresentaram índices de contratilidade menores que a média dos outros grupos. Conclui-se que: 1) A relação PSF/DSF mostrou-se um índice sensível da contratilidade ventricular, capaz de identificar déficit contrátil em pacientes com da FI e FD, que não foi detectado pela Δ D% e Vcfc; 2) A presença de anormalidades segmentares da mobilidade ventricular parece ser um fator determinante de menores índices de contratilidade, independentemente da forma clínica. O valor prognóstico destas alterações permanece por ser estabelecido.