A multidão diante do herói na Ilíada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Gustavo Junqueira Duarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30042010-144203/
Resumo: Na Ilíada, a multidão exerce um papel fundamental para a contrução da trama. Ela ajuda a ambientar a epopéia em um cenário de guerra épica, além de ser necessária na própria definição daqueles que são as figuras centrais do poema: os heróis. Nesse sentido, procurou-se discutir justamente a função da multidão, massa, ou coletividade, em um poema em que o enfoque recai em outro elemento. Para tal, foi preciso estabelecer os aspectos próprios que caracterizam a multidão, além de apresentar de que forma ela garante que o herói seja mostrado de maneira épica. Em primeiro lugar foi proposta uma discussão acerca das fontes. Discutiu-se a questão da oralidade nos poemas homéricos e suas implicações para o estudo da História, com ênfase especial para a tradição. Questionou-se a validade do uso de tais poemas para o estudo da História. A sugestão proposta é considerar os textos como veículos de uma tradição que tem uma validade histórica por transmitir valores ideais. A partir de tal concepção refletiu-se, no presente trabalho, acerca das características próprias da coletividade, massa ou multidão, começando pela quantidade, o elemento mais básico e necessário para a própria existência de tais manifestações. A partir dela, outras características foram observadas. O anonimato reina entre seus integrantes. Para fazer parte de uma massa ou multidão, os indivíduos não podem ser nomeados no momento da reunião, pois do contrário não funcionam como coletividade, mas como indivíduos. Dessa forma, a multidão passa a ser lida como uma unidade, como um corpo único, que apresenta também unidade de ação, opinião e sentimento. A despeito do foco central, observou-se que o herói é definido por oposição à multidão. O herói é aquele que se destaca da coletividade, sendo nomeado e tendo sua ação notada justamente pelo fato de sua ação ser individual. Além disso, os feitos que garantem que um herói seja destacado devem ser realizados em público, carecendo de uma multidão observadora que funciona como platéia e juíza. Conclui-se portanto que a multidão ambienta, define e fiscaliza, sendo um elemento essencial para a compreensão da Ilíada.