Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Robertoni, Fabíola Santos Zambon |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-23022024-164249/
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Resumo: |
O tabagismo, principal causa da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), induz uma inflamação pulmonar persistente, que resulta na degradação da matriz extracelular (MEC) pulmonar. Este dano leva à exposição do colágeno tipo V (Col V), um antígeno normalmente escondido do sistema imunológico, desencadeando uma resposta autoimune, previamente verificada na patogênese de algumas doenças pulmonares. Caso a resposta anti-Col V tenha um papel também na DPOC, a indução de tolerância imune a esse colágeno pode ser promissora no tratamento dessa doença. Nesse sentido, nossa proposta foi de verificar os efeitos da indução de tolerância nasal ao Col V na modulação do processo inflamatório e do remodelamento pulmonar em um modelo murino subagudo de DPOC. Para isso, camundongos machos C57BL/6 (68 semanas) foram divididos em 3 grupos: um exposto à fumaça de cigarro por 4 semanas (F), um tolerado para Col V e exposto à fumaça de cigarro por 4 semanas (FT), e um mantido em ar ambiente pelo mesmo período (C). Foram avaliados: mecânica respiratória; alargamento dos espaços aéreos (Lm); edema peribroncovascular; células no fluido do lavado broncoalveolar (FLBA); proporções de colágeno dos tipos I, III e V, de fibras elásticas e dosagem de 4-hidroxiprolina no pulmão; células Galectina-3+, CD3+, IL-17+, IL-10+, TGF-+ e FOXP3+ no tecido pulmonar; expressão gênica de colágeno dos tipos I, III e V, fibrilina, metaloproteinases de matriz (MMPs 8, 12 e 13) e de fatores de transcrição Foxp3 e Rort no pulmão; imunofenotipagem de células T em baço e linfonodos mediastinais; citocinas inflamatórias (IFN, IL-6, IL-10, IL-17A e TNF) em homogenatos de pulmão e baço. A indução de tolerância nasal ao Col V preservou os pulmões dos animais das alterações estruturais causadas pela fumaça de cigarro. Em contraposição ao aumento significativo do Lm nos animais do grupo F em relação ao C, os animais tolerados (FT) apresentaram valores significativamente menores de Lm do que o grupo F (p=0,0032), mesmo padrão do edema peribroncovascular (p=0,043). Houve também uma tendência de aumento na proporção do Col I (p=0,0513) e do Col V (p=0,07) nos animais do grupo FT em relação ao F, fibras que reduziram significativamente no grupo F. A proteção do parênquima pulmonar pela tolerância parece ter relação com a promoção de um microambiente imunossupressor nesse tecido. Isso se evidencia pela tendência de redução da ativação de macrófagos (MAC2) no grupo FT com relação ao grupo F (p=0,0721), pelo aumento significativo de células FOXP3+ no grupo FT em relação ao grupo F (p=0,034) e de células IL-10+ no grupo FT com relação ao grupo C (p=0,0034), e também pela inibição da secreção de citocinas pró-inflamatórias no grupo FT em relação ao F (INF, p=0,0073; IL-6, p=0,0009; TNF, p=0,0845; IL-17, p=0,002). A tolerância promoveu, ainda, aumento significativo de linfócitos Treg sistêmicos no grupo FT (p=0,0465) com relação ao grupo C. A indução da tolerância nasal ao Col V inibiu a resposta inflamatória, prevenindo o remodelamento pulmonar na DPOC experimental, sugerindo que a autoimunidade ao Col V tem de fato um papel na patogênese da DPOC |