A cidade de Goiás como patrimônio cultural mundial: descompassos entre teorias, discursos e práticas de preservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Carolina Fidalgo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-20122016-142028/
Resumo: Este trabalho procura olhar para algumas práticas de preservação na cidade de Goiás (GO), incluindo seu reconhecimento como patrimônio histórico e artístico nacional, pelo IPHAN, e como patrimônio mundial, pela UNESCO. Debate, principalmente, a autenticidade, por ser um valor e critério fundamental, adotado pela UNESCO, para que um bem possa ser declarado patrimônio cultural mundial. No decorrer do percurso investigativo, vai se evidenciando que a narrativa adotada para justificar o título de Patrimônio Cultural Mundial de Goiás, responde também ao processo de valorização dessa cidade como patrimônio nacional e vem sendo reiterada em ações recentes de preservação na cidade, enrijecendo a forma de intervir nos monumentos históricos. Partindo da hipótese de que as intervenções recentes nos bens patrimoniais no centro histórico de Goiás precisam responder a uma noção de autenticidade que foi cuidadosamente construída no Dossiê de Proposição desta cidade ao título de Patrimônio Mundial, sendo também fruto das narrativas e das práticas perpetradas pelo IPHAN ao longo de algumas décadas, a presente pesquisa procura analisar três importantes momentos da construção dessa cidade como patrimônio cultural. Primeiro, avalia os tombamentos iniciais na cidade e os valores que estavam sendo atribuídos a ela, depois trata da ampliação do tombamento, quando há o reconhecimento da centro histórico como patrimônio cultural e o terceiro momento é a investigação da construção da cidade como patrimônio mundial, afirmando as narrativas construídas a partir de uma memória colonial para a cidade. Por fim, esta pesquisa volta-­-se às propostas de intervenção na cidade, a fim de compreender como alguns valores são considerados nessas ações, principalmente após o reconhecimento da UNESCO, que se efetiva em 2001. Para as referidas análises, perscrutou-­-se pesquisas bibliográfica e documental e diversos registros e análises in loco foram organizados. Ao avaliarmos esse longo percurso, buscamos refletir como os valores, atribuídos ou reconhecidos nos bens culturais, principalmente a autenticidade, perpassam a construção dos discursos e como esses mesmos valores são enfrentados nas práticas de preservação.