Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Colus, Katia Miguel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-09112012-085817/
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Resumo: |
A atenção conjunta é considerada, na literatura específica, como sendo uma habilidade fundamental do bebê para que este possa, a partir dela, estabelecer um conjunto de dimensões básicas no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. A atenção conjunta se refere a comportamentos como olhar na direção do olhar do outro, observar a face, a intenção e os interesses do outro, mostrar e compartilhar interativamente objetos com outros. Episódios de atenção conjunta, portanto, podem quase ser denominados de episódios de atenção visual conjunta. Esta capacidade, como dado eminentemente visual, tem sido considerada como crucialmente importante para o desenvolvimento da capacidade interativa do bebê, sendo indispensável para que este se socialize. Entretanto, ao se pensar estes processos em crianças cegas ou com deficiência visual severa, depara-se com a pouca quantidade de informação disponível em dados de pesquisas. Assim, a meta desta pesquisa foi investigar se ocorreu e como ocorreu a construção, o estabelecimento e a manutenção do processo de atenção conjunta em um bebê vidente e um bebê com deficiência visual severa, ambos em interação com os parceiros em seu entorno. Para tal, partiu-se da verificação de quais pistas sensoriais o bebê ou os parceiros circundantes se utilizam nas interações (se pistas visuais, táteis, vestibulares, auditivas, cinestésicas, olfativas ou gustativas) para iniciar, estabelecer e manter a atenção conjunta. Utilizou-se de estudo de casos múltiplos-exploratórios, envolvendo um bebê com deficiência visual severa e sua família vidente, fazendo-se um contraponto com um bebê vidente em uma família também vidente. O contraponto se mostrou importante para dar visibilidade a recursos e aspectos específicos do processo, e também preservar as características dos ambientes em que os bebês e suas famílias se encontram. A perspectiva sócio-interacionista permitiu a compreensão dos processos desenvolvimentais que ocorrem nestas situações. A construção do corpus se deu através de videogravações, posteriormente recortadas de acordo com sua relevância para a verificação da meta proposta, sendo as cenas selecionadas transcritas. Para a análise destes recortes considerou-se a abordagem microgenética, com aporte metodológico da Rede de Significações funcionando como proposta privilegiada e possibilitadora da compreensão da complexidade dos processos. Como resultados, verificou-se que para o bebê vidente, os dados encontrados confirmam o que a literatura específica indica como sendo o percurso típico para a construção da atenção conjunta. Para o bebê com deficiência visual severa, nota-se também, a partir de outras pistas que não as visuais, o estabelecimento e a manutenção do processo de atenção conjunta. Sugerem-se, entretanto, mais pesquisas a respeito destas questões, não só para se buscar mais dados a partir de outros bebês videntes e também com as mesmas características sensoriais diferenciadas da cegueira ou da deficiência visual severa, como também para contribuir com a construção de novos dados teóricos a respeito do tema. |