Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Queiroz, Lucas Porto de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-25102017-153742/
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Resumo: |
Sobretudo a partir do início da década de 1980, José Saramago notabilizou-se como um dos escritores de língua portuguesa a conquistar considerável apreço da crítica literária sem, em contrapartida, cobrar um texto que se possa considerar dos mais herméticos na literatura contemporânea, o que decerto contribuiu para a formação de um público leitor significativo. Entendendo que o narrador de seus romances, gênero em que o autor mais escreveu, responde bastante por essa combinação relativamente exitosa de público e crítica, esta dissertação volta-se diretamente para esta instância enunciativa. Investigamos o narrador saramaguiano, então, a partir do reconhecimento de dois vetores que consideramos distintivos desta instância enunciativa e que nomeamos como expansão digressiva e concentração moralizante. Apresentando e detalhando de que consiste cada um desses vetores, defendemos o reconhecimento possível de uma oscilação regulada entre ambos os movimentos. Expomos também as categorias narrativas e tensivas que nos parecem sustentar a expansão digressiva e a concentração moralizante. Paralelamente, desenvolvemos uma análise de parte da fortuna crítica saramaguiana, com a qual fizemos nossas análises se confrontarem - em especial quando essa crítica problematiza o quantum de moderno e de tradicional haveria nos romances do tal português. Defendemos, por fim, que as opções discursivas na instância enunciativa nos permitem aproximar a função desempenhada pelo actante narrador do éthos de um orador, tal como concebido pela retórica clássica. Verificamos, ainda, como os vetores expostos ao longo do trabalho dialogam com a categoria semiótica do estilo. Baseamo-nos em dois romances de José Saramago - Memorial do convento (1982) e A caverna (2000) - e utilizamos como referencial teórico a semiótica de linha francesa, nascida com Saussure, desenvolvida por Hjelmslev e aprimorada por Greimas e, mais recentemente, por Zilberberg. |