Quanto dura o terror? A narrativa da violência em dois filmes colombianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mateus, Diana Paola Gómez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-15032013-101938/
Resumo: O foco desta dissertação é a construção narrativa audiovisual da violência. A partir de discussões feitas na antropologia sobre narrativa, mimesis e violência se quer pensar a respeito de formas de narrar a experiência da violência política e o conflito armado colombiano. O objeto que será analisado são filmes colombianos, dois especificamente: La sombra del caminante (Ciro Guerra, 2004) e PVC-1 (Spiros Stathoulopoulos, 2007). Obras audiovisuais que se apropriam da tecnologia digital e fazem uso criativo dos recursos cinematográficos para se colocar diante das imagens sobre violência e discutir temas como a verdade e a memória, o tempo e o medo, o intimo e do cotidiano. São formas fílmicas que instigam uma discussão sobre as narrações que a sociedade colombiana constrói para contar o terror de décadas de violência política e conflito armado onde atores à margem da lei, sociedade civil e governo se encontram e se constroem. O procedimento metodológico empregado nesta dissertação é, em um primeiro momento, o da análise fílmica, um modelo teórico definido no campo dos estudos de cinema, que propõe um estudo do filme nos seus múltiplos componentes e atendendo aos espaços e dinâmicas nas quais este se insere. Deste modo, em um segundo momento, indagarei a propósito das narrativas do terror, sendo o terror ato, espaço e cultura, uma situação que se torna estável pela instabilidade que o caracteriza: a experiência da violência, da perda (de parentes, de um lugar de origem, de um passado), do deslocamento forçado, da tortura. Esta é uma tentativa de pensar sobre a mediação do cinema para comunicar efetivamente tal experiência de terror, um fenômeno cuja narração se coloca nas margens do dizível. Neste sentido, o cinema articularia o inarticulável e narraria o inenarrável, incorporando experiências do terror na memória coletiva.