Investigação experimental do Kindchenschema lorenziano: Preferência visual de portadores de Síndrome de Williams e Transtorno do Espectro Autista em resposta a imagens neotênicas faciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carvalho, André Paulo Correa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ASD
TEA
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-26022019-120239/
Resumo: A neotenia é um importante processo biológico-evolutivo que conserva traços fenotípicos do jovem no indivíduo adulto. A neotenia modifica a velocidade típica da ontogênese das características morfológicas compartilhadas pelos ancestrais. Essas mudanças podem representar oportunidades de mudanças fenotípicas dramáticas com poucas alterações genéticas, possibilitando alterações de estados especializados. O etólogo Konrad Lorenz reconheceu características neotênicas em humanos e algumas espécies de mamíferos na fórmula estrutural do corpo (principalmente da face) típica de infantes. Essa fórmula corpórea foi batizada por Lorenz de Kindchenschema. Os humanos típicos respondem quando observam traços infantis ativando uma resposta chamada de Efeito Kindchenschema (EK). Neste efeito verifica-se uma diminuição da agressividade, estimulação do cuidado parental e engajamento social. São raros os trabalhos de escaneamento do olhar em portadores de disfunções do neurodesenvolvimento, como a Síndrome de Williams (SW) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O presente trabalho é o primeiro na literatura a investigar o escaneamento do olhar em portadores de SW e TEA usando estímulos faciais neotênicos de humanos e animais. Na presente investigação foram estudados 21 portadores de SW e 25 portadores de TEA, o grupo controle (GC) contou com 33 participantes. Encontramos uma correspondência entre os resultados declarados do estímulo preferido e o tempo de fixação. Os resultados mostraram que todos os participantes fixaram mais a região dos olhos de humanos e animais, sendo que o GC fixou mais tempo do que os portadores de SW e TEA. Foi possível separar usando o tempo de fixação nos olhos e HeatMaps os três grupos investigados. É viável a produção de um exame clínico auxiliar rápido e não-invasivo para indivíduos com suspeita de uma disfunção do neurodesenvolvimento. Talvez a região do nariz e boca sejam menos importantes e as orelhas mais importantes do que pensávamos nos estímulos neotênicos. Os estímulos mais neotênicos de infantes humanos e animais produziram um padrão semelhantes do tempo de fixação nos três grupos estudados. Esses resultados demonstram que portadores de SW e TEA respondem positivamente a estímulos faciais neotênicos. Sugerimos que as novas investigações na área incorporem também como variáveis faciais as orelhas, cor do cabelo e olhos, e simetria facial