A criação de mercadorias a partir da biodiversidade: o caso do cambuci (Campomanesia phaea)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Franco, Luiz Henrique Simões
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-19042016-100633/
Resumo: A crise ecológica contemporânea gera pressões para a reorganização da sociedade. Com a eliminação contínua da biodiversidade uma das características para tal reorganização seria sua conservação. Parte das propostas visa incorporar tais elementos na economia, com a criação de mercados que sustentem a manutenção de tais espécies e com isso amenizem a crise ecológica. Essa dissertação realizou uma investigação sobre a criação de mercadorias baseadas na biodiversidade através do uso do cambuci (Campomanesia phaea). Partimos da perspectiva de totalidade histórica, onde compreendemos nosso objeto enquanto parte constituinte e relacionada com o todo. Assim, buscamos evidenciar a estrutura e a dinâmica da produção do fruto, e discutimos as tendências do desenvolvimento de produtos da biodiversidade para o mercado capitalista. Através do conceito de circuito espacial produtivo podemos identificar os agentes que monopolizam e acumulam o excedente de capital no circuito. Para compreender tal dinâmica procedemos a uma análise de quatro casos distintos dentro do território produtor de cambuci, sendo eles: os comerciantes da Vila de Paranapiacaba - Santo André (SP), a Cooper Cambucy da Serra - Rio Grande da Serra (SP), o Sítio do Belo - Paraibúna (SP) e a Casa Angelina - Natividade da Serra (SP). Com isso pudemos identificar a execução da renda de monopólio e as tendências na organização do território, por meio da monopolização do território e territorialização do monopólio. As mercadorias baseadas na biodiversidade surgem geralmente de modo alternativo ao hegemônico, por processos artesanais executados por camponeses, pequenos agricultores, quilombolas e indígenas. Entretanto uma vez destacadas sua qualidades e características como mercadorias, empresários capitalistas tendem a se apropriar desse conhecimento, incorporando a biodiversidade em novos mercados.