Estudo taxonômico e pesquisa de Borrelia spp. em carrapatos do gênero Ornithodoros no bioma Caatinga

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Glauber Menêses Barboza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-31032023-095614/
Resumo: Os carrapatos argasídeos são ártropodes hematófagos com capacidade de parasitar todas as classes de vertebrados terrestres, sendo incriminados na transmissão de diversos patógenos. No Brasil, até o presente momento são assinaladas 19 espécies de Ornithodoros, das quais sete já foram reportadas no bioma Caatinga. O carrapato Ornithodoros fonsecai apesar de parasitar preferencialmente os morcegos, tem demonstrado em situações oportunísticas um certo grau de antropofilia. Entre os patógenos transmitidos por carrapatos argasídeos do gênero Ornithodoros estão as bactérias do gênero Borrelia, principalmente as do grupo da febre recorrente (GFR). Dentre as espécies desse gênero, Ornithodoros rudis foi encontrado naturalmente infectado com Borrelia venezuelensis, sendo posteriormente realizado o isolamento dessa bactéria. Com base nos recentes avanços na diversidade de argasídeos e ocorrência de borrelias do GFR associadas aos carrapatos Ornithodoros no Brasil, o presente estudo teve como objetivo estudar a ocorrência e isolar Borrelia spp. de carrapatos Ornithodoros, com ênfase no bioma Caatinga, além de caracterizar morfologicamente e molecularmente populações de O. fonsecai de diferentes biomas. Em geral, os resultados ampliam a distribuição geográfica de Ornithodoros rietcorreai e trazem o primeiro relato de O. cf. tabajara em Pernambuco, os quais foram alimentados em cobaias no laboratório, na tentativa de isolar microorganismos do gênero Borrelia. Embora os animais infestados com O. rietcorreai não apresentaram infecção, foram obtidos três isolados de uma nova espécie de Borrelia do GFR a partir de O. cf. tabajara. Em adição, larvas e sequências parciais do gene mitocondrial 16S rRNA de O. fonsecai foram amostradas de diferentes estados brasileiros (biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, e Mata Atlântica). Análises morfométricas, filogenéticas e de componentes principais apontam para uma divergência entre populações de O. fonsecai de diferente biomas, com as larvas do bioma Caatinga apresentando tamanho menor em relação aos demais, e um relativo agrupamento filogenético de populações da Mata Atlântica e Cerrado separadas do bioma Caatinga. Novos estudos são necessários para esclarecer as relações entre as diferentes populações de O. fonsecai, realizar a descrição formal da nova espécie de Borrelia e definir o status taxonômico de O. cf. tabajara.