\"Portanto, conclui-se que\": processos de conclusão em textos argumentativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Defendi, Cristina Lopomo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-06052013-104720/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo descrever as construções linguísticas usadas para marcar a conclusão de um texto dissertativo-argumentativo e analisar, pela perspectiva da Gramaticalização e da Cognição, a construção mais frequente. Para tanto, uso um corpus composto por 500 redações de vestibular da FUVEST (Fundação para o vestibular USP), produzidas nos anos de 2007 a 2011, consideradas as melhores pela banca corretora. Como material de controle, analiso redações da FUVEST, de mesmos anos, consideradas as piores, bem como redações escolares e textos jornalísticos argumentativos (editoriais e artigo de opinião). Fundamento teoricamente esta tese nos estudos sobre Cognição, a partir de Tomasello (2003) e Bybee (2010), sobre Gramaticalização, com Diewald (2006), Traugott e Dasher (2005), Traugott (2008), Lehmann (1985, 2002 e 2011) e sobre Texto, com Halliday (1973), Halliday e Hasan (1976) e Koch (2002). Todo o material analisado teve tratamento quantitativo e qualitativo e chegou-se à determinação de quatro formas básicas de conclusão textual com uso de uma marca gramatical ou lexical para esse fim: fecho de raciocínio lógico, retomada, finalização e sinalização de conclusão. A construção mais frequente utilizada para concluir o texto (o portanto, com 33,2% de frequência de uso nas melhores redações da FUVEST e 38,6% nas piores) foi estudada levando-se em conta etimologia, estatuto categorial nos dicionários e uma análise diacrônica para estabelecer padrões funcionais e valores semânticos. Foi possível, assim, constatar que o portanto encontra-se em vários níveis de gramaticalização, a depender da categoria analisada, sendo que o estágio mais avançado de gramaticalização é como marcador de conclusão textual. Também é possível afirmar que, cognitivamente, o uso do portanto revela intencionalidade e atenção conjunta do escrevente com seu leitor.