\"Tudo o que existe, desde maravilhas e catástrofes, é resultado de algum trabalho, uma vez que ele não se limita apenas ao homem, mas, sim, a todo o universo\": o papel da correlação inovadora, um exercício cognitivo?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ribeiro, Marcello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-24042015-104801/
Resumo: Esta tese dedica-se ao estudo do processo de correlação e, como consequência, descreve o comportamento linguístico-discursivo, por padrão, dos pares correlativos que integram o conjunto das porções correlatas empregadas em redações vestibulares, momento em que a pressão pela normatividade é bem grande, mas escreventes habilidosos se utilizam dos pares que fogem ao que se espera e surpreendem o leitor com escolhas criativas, porém não rompem com o processamento cognitivo esperado. Como questões relativas à escolarização, as etapas de desenvolvimento cognitivo e o processo de mudança gramatical estão nesta tese altamente imbricados, e por conta disso considerou-se constitutiva uma amostra com textos produzidos em situações de alta pressão pela normatividade. São redações do banco de dados elaboradas por candidatos da FUVEST (Fundação para o Vestibular de São Paulo), de sete vestibulares distintos, no período de 2004 a 2010 (as 100 melhores e as 100 piores redações de cada exame). No total, analisaram-se 700 textos considerados piores e 700 melhores. Fundamentamos teoricamente esta tese nos estudos sobre cognição, a partir de Tomasello (2003), Givón (2011), sobre gramaticalização Bybee (2003), Traugott e Dasher (2005), Meillet (1965), Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), sobre correlações Oiticica (1952), Chediak (1960); sobre construções, Goldberg (1955), Croft (2001) e sobre a evolução dos estágios da mente humana, com Damásio (2009).O material analisado teve tratamento quantitativo e qualitativo em que se chegou à determinação de que pares correlativos assumem papéis e funções em decorrência das intenções discursivo-pragmáticas dos autores, que buscam em estágios da mente os recursos linguísticos e imagéticos para fundamentarem sua argumentação. O estudo do comportamento de cada par foi realizado levando-se em conta etimologia, estatuto categorial nos dicionários e uma análise sincrônico para estabelecer padrões funcionais e valores semânticos. Foi possível, assim, constatar que os pares correlativos encontram-se em vários níveis de gramaticalização, a depender da categoria analisada, e que estão diretamente ligados a um jogo estratégico funcional-cognitivo.