Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Piotto, Raquel Helena Hernandez Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-19082024-134723/
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Resumo: |
O estigma em relação às pessoas com transtornos mentais pode ter as faces social, estrutural e o auto-estigma. Essas três faces do fenômeno se relacionam na medida em que a pessoa com transtorno mental enfrenta o estigma de familiares e amigos, de profissionais de saúde e do sistema de saúde, promovendo sentimentos próprios de menos valia e, consequentemente, o auto-estigma. Nesse sentido, ao se analisar o cenário do estigma na Atenção Primária à Saúde (APS), configurando o estigma estrutural, nota-se relações desiguais de poder entre profissionais de saúde e pessoas com transtornos mentais, muito em razão da falta de acesso a informações que essas pessoas enfrentam sobre direitos, saúde e do próprio tratamento, o que acarreta não só prejuízos em relação à saúde mental, mas, também, em relação ao exercício dos próprios direitos e da cidadania plena. Assim, o acesso a informações nessas temáticas precisa ser promovido para que cada vez mais pessoas com transtornos mentais conheçam e exerçam seus direitos, sentindo-se pertencentes à APS, uma vez que a APS é porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) e constitui muito mais do que um serviço de saúde. O objetivo do estudo foi construir e validar dois vídeos educativos junto a pessoas com transtornos mentais sobre direitos, cidadania, saúde mental e APS, para que possam ser ferramentas de consulta e encorajamento para o exercício de direitos e da cidadania ao acessarem a APS. O estudo, com abordagem de dados qualitativa e parte metodológica, que consiste em produção tecnológica, foi desenvolvido em duas etapas, sendo a primeira relativa a entrevistas realizadas com vinte e duas pessoas com transtornos mentais que são usuárias da APS. Essa etapa foi conduzida em Unidades de Saúde da Família (USFs) do município de Ribeirão Preto (SP), de janeiro de 2021 a novembro de 2021, utilizando-se um roteiro de entrevista semi-estruturado elaborado para esta pesquisa e um questionário sociodemográfico. Após, as entrevistas foram transcritas e analisadas por meio da Análise Temática. Os resultados dessa análise foram a base para a construção dos storyboards do Vídeo 1 (V1) e do Vídeo 2 (V2). A análise das entrevistas e a construção dos storyboards foram realizadas no período de dezembro de 2021 a dezembro de 2022. A segunda etapa do estudo foi conduzida de março de 2023 a novembro de 2023 e consistiu, primeiramente, em validação de face e de conteúdo dos storyboards por dez experts selecionados. Os experts responderam um instrumento de escala Likert para avaliar os storyboards e fizeram sugestões de modificações, bem como responderam um questionário sociodemográfico. Nessa etapa, a análise dos resultados, com base no Índice de Validade de Conteúdo (IVC), demonstrou que o IVC do V1 foi de 0,94 e o IVC do V2 foi de 0,98, sugerindo que os vídeos são válidos em termos de objetivos, conteúdo, relevância, recursos visuais e de áudio, e linguagem verbal. Além disso, os experts sugeriram modificações que, em grande maioria, foram acatadas na pesquisa. Ainda na segunda etapa, com os storyboards validados, os vídeos foram editados por um profissional de audiovisual. Com os vídeos editados, sete representantes do público-alvo foram selecionados para que os avaliassem. Nessa avaliação, foi utilizado o instrumento Suitability Assessment of Materials (SAM), adaptado para este estudo, além de um questionário sociodemográfico. A análise dos resultados obtidos da aplicação do instrumento demonstrou que o IVC do V1 foi de 0,94 e o IVC do V2 foi de 0,87. Nesse sentido, esses resultados demonstram que os dois vídeos são aceitáveis e compreensíveis pelo públicoalvo, de forma que divulgam as informações que se propuseram a divulgar, demonstrando, também, que é possível construir e validar dois vídeos educativos, com a participação de pessoas com transtornos mentais, com informações sobre direitos, saúde mental, cidadania e APS. |