Estudo das propriedades psicométricas da “Escala de Estigma Internalizado para Transtorno Mental – ISMI-BR”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nery, Fabricia Creton lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Lourenço, Lélio Moura lattes, Bandeira, Marina de Bittencourt lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4551
Resumo: O estudo do estigma entre a população portadora de transtorno mental tem apresentado significativos avanços na literatura internacional, representado um indicativo de necessidade e relevância de estudos na área. No entanto, grande parte dos estudos tem apresentado como foco de investigação a perspectiva do estigmatizador e pouco se conhece sobre o fenômeno na perspectiva do estigmatizado, o chamado estigma internalizado ou autoestigma. O estigma internalizado é considerado o efeito negativo mais significativo do estigma social e pode provocar a perda de status, baixa autoestima e esperança, falta de aderência ao tratamento, entre outros prejuízos. Faz-se necessário o desenvolvimento de estudos na área, inclusive no desenvolvimento de instrumentos de avaliação, pois esta é uma ferramenta importante para avanços do conhecimento e melhorias de intervenção. Neste contexto, a presente pesquisa foi dividida em dois estudos: 1) Realizar a tradução e adaptação cultural da Internalized Stigma of Mental Illness – ISMI para o contexto brasileiro; 2) Avaliar as propriedades psicométricas da escala ISMI adaptada para o Brasil. No primeiro estudo a ISMI foi traduzida para o português e retrotraduzida para o inglês. Todas as observações foram acatadas pelo comitê de peritos para a consolidação da versão final, que foi submetida ao pré-teste. Não foi necessária nenhuma alteração e a versão foi avaliada em suas propriedades psicométricas. No segundo estudo foram entrevistados 308 pacientes dos serviços de saúde mental da cidade de Juiz de Fora, MG. O questionário foi composto pelos instrumentos: Escala de Estigma Internalizado para Transtorno Mental – ISMI BR; Escala de Autoestima de Rosenberg (EAER); Escala de Esperança de Herth (EEH); Escala de rastreamento populacional para depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D) e questionário sócio demográfico. Quanto ao tipo de tratamento a qual os pacientes se vinculavam, 25% (n=76) frequentavam o serviço diariamente e 75% (n=232) frequentavam o serviço para consultas periódicas. No que se refere ao diagnóstico, a maior incidência foi de Transtornos de Humor (afetivos), com 47,7%, seguido de Transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes ( 27,3%) e Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes (25%). A média de idade foi de 46 anos variando de 19 a 72 anos de idade. Quanto ao tempo de tratamento, 35% (n=108) relataram fazer tratamento a mais de 11 anos. A fidedignidade do instrumento foi considerada alta, uma vez que o Coeficiente alpha de Cronbach foi de 0,90, o Coeficiente de Spearman-Brown (Split-half) foi de 0,86 e a correlação teste reteste foi de 0,80. A evidência de validade de construto pela Análise por hipótese mostrou-se de acordo com os apontamentos da literatura. Os índices de correlação foram satisfatórios, sendo: ISMI e EE =-0,62; ISMI e EAER =-0,67 e ISMI e CES-D =0,59. A Escala de Estigma Internalizado para Transtorno Mental – ISMI-BR apresentou boas propriedades psicométricas demonstrando ser útil para a população brasileira. A escala poderá contribuir para investigação, compreensão e avanços no tratamento do estigma internalizado entre portadores de transtorno mental.