O uso de fármacos psicoativos em alas não psiquiátricas de um hospital alta complexidade

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Pereira, Gabriel Drabzinski
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Medicamentos psiquiátricos; Mental disorders; Psicoativos; Psicotrópicos; Psychiatric medications; Psychoactives; Psychotropics; Transtornos mentais
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-12062024-133422/

Os transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e bipolaridade estão em ascensão, especialmente entre os idosos, levando a um aumento significativo no uso de medicamentos psiquiátricos. No entanto, há preocupações sobre os potenciais danos desses medicamentos, especialmente em combinação com outros medicamentos em ambientes hospitalares. Portanto, uma análise minuciosa das prescrições para idosos em alas não psiquiátricas é vital para garantir sua segurança. O objetivo deste estudo foi caracterizar a utilização de medicamentos psiquiátricos discriminando a prescrição para pacientes idosos internados em alas não psiquiátricas em um hospital terciário. Trata-se de um estudo retrospectivo, exploratório e descritivo, utilizando dados sobre o uso de medicamentos registrados em um banco de dados do Sistema Informatizado de Prescrição e Dispensação de Medicamentos do HCFMRP-USP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto). Após coletados os dados de prescrição e dispensação de medicamentos, empregaram-se, neste estudo, somente os dados de prescrição de medicamentos aos pacientes internados no HCFMRP-USP de 01 de janeiro de 2105 a 31 de dezembro de 2019, em planilhas Excel organizadas semestralmente, selecionando-se posteriormente dados da população alvo, ou seja, de idosos. De cada uma das 10 planilhas, dados discriminados por medicamento foram organizados, selecionando os psiquiátricos. Através da quantificação analisou-se o volume de prescrições para idosos, no hospital, de medicamentos incluídos no estudo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa do HCFMRP-USP recebendo o número CAEE 67434322.4.0000.5440. Durante 10 semestres, foram analisadas prescrições de medicamentos para pacientes internados no HCFMRP-USP, revelando uma alta média de itens de prescrição para pacientes em geral e, especialmente, para idosos. Embora os idosos na ala psiquiátrica fossem poucos, a prescrição de medicamentos psiquiátricos era significativamente mais alta para eles. O estudo identificou medicamentos padronizados como predominantes, mas também destacou prescrições que poderiam representar riscos para os idosos, como os listados nos critérios de Beers. Foram observadas várias interações medicamentosas, ressaltando a importância da vigilância e análise cuidadosa das prescrições para garantir a segurança dos pacientes. Neste estudo exploratório, com um novo banco de dados criado com os medicamentos psiquiátricos prescritos aos pacientes idosos internados em alas não psiquiátricas ao longo de 10 semestres qualificou e quantificou-se estes medicamentos de acordo com a classificação ATC. A prescrição destes medicamentos em alas não psiquiátricas é feita pelos médicos que consultam os pacientes, mantendo aqueles em uso, acrescentando-os às novas prescrições. Ao se analisar os medicamentos prescritos para esta população evidenciou-se a possibilidade de interações medicamentosas potencialmente de risco. Para se estabelecer o detalhamento destas ocorrências, estudos tem que ser realizados analisando as prescrições individuais. O banco de dados permite realizar este e outros estudos envolvendo prescrição de medicamentos de risco para idosos internados no HCFMRP-USP, discriminado a faixa etária dos idosos, o sexo, a prevalência dos tipos de medicamentos, além do estudo das características de morbidades dos pacientes e seus medicamentos prescritos que contribuam para o aprimoramento da prescrição com o devido aprimoramento da segurança dos pacientes.