Afirmação da identidade no discurso quilombola em perspectiva semiótica: o caso das bonecas pretas do Quilombo de Conceição das Crioulas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vilela, Ilca Suzana Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-25052015-153151/
Resumo: Nesta tese, analisou-se o discurso quilombola tendo como objeto teórico a construção do efeito de sentido de afirmação da identidade na relação com a estratégia de manipulação por sedução o objeto empírico sendo as bonecas pretas do Quilombo de Conceição das Crioulas, situado em Salgueiro PE, na tentativa de: discutir o que é uma identidade semiótica, como se produz esse efeito textual-discursivamente e o que significa a afirmação da identidade pelos sujeitos; analisar como se constrói o efeito de sentido de identidade no corpus; cotejar a afirmação da identidade com a semiótica da manipulação; refletir sobre o conceito de manipulação e seus desdobramentos na Semiótica greimasiana e explicitar, no corpus, a gestão do sentido tanto pela intencionalidade com que, implicitamente, o enunciador engendra uma imagem-fim positiva do enunciatário, quanto pelo excedente passional que sobrevém ao discurso. Os resultados da discussão teórica e sua incidência na análise do corpus demonstram que a identidade semiótica é um simulacro e para o efeito de sua afirmação são necessários elementos sintáxicos que produzam a repetição que, no discurso das bonecas, realiza-se com o recurso à isotopia, à aspectualização, à tensividade. Tais elementos, associados à estrutura manipulativa, arquitetam a estratégia da sedução com vistas à adesão ao discurso comunicado, o qual, pela tensão entre querer e dever, põe em movimento a ética e a estética. Notadamente, repetir para lembrar e seduzir para influenciar têm todo relevo na semiótica das bonecas.