Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Binze, Aida Duarte |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-28042022-155046/
|
Resumo: |
Esta pesquisa toma por objeto de estudo os Ritos de Iniciação e a escolarização. Tem por objetivo investigar a relação entre práticas tradicionais de Moçambique, em especial os Ritos de Iniciação, e a educação escolar da mulher nos grupos étnico-linguísticos Macua e Yao, situados ao Norte de Moçambique. Buscou-se, assim, identificar as contradições entre a educação da mulher em seu âmbito formal, ou seja, na instituição escolar, e informal, especificamente nos ritos, de modo a refletir como o papel da cultura na formação das mulheres Macua e Yao interfere no processo de escolarização, fortemente marcado pela exclusão escolar. Para a materialização da pesquisa, realizou-se o trabalho de campo nas províncias de Nampula e Niassa, ambas localizadas no Norte de Moçambique. Foram efetuadas cinco entrevistas: com as Madrinhas, mulheres responsáveis pelos ritos, dos grupos Macua e Yao; com representantes da Organização das Mulheres Moçambicanas (OMM); e com as representantes de entidades governamentais da Direção Provincial da Educação e de Desenvolvimento Humano (DPEDH), da Direção Provincial de Saúde (DPS) e da Direção Provincial da Mulher, Criança e Ação Social (DPMCAS). Além disso, foi realizado um encontro com mulheres universitárias moçambicanas que passaram pelos Ritos de Iniciação, por meio da técnica de grupo focal, que responderam um questionário ao final das reuniões com o grupo. Organizamos, ainda, uma Mesa Redonda na Universidade para discussão do tema. Os Ritos de Iniciação das mulheres dos grupos étnico-liguístico Macua e Yao são marcados pela menarca, que se configura como um ritual de passagem para o universo adulto. Esse processo é acompanhado pelo processo de inserção das mulheres Macuas e Yaos na sociedade. Por um período mínimo de um mês, elas participam dos rituais, em que uma série de aprendizados são transmitidos pelas mulheres mais velhas. Esse ritual é definido por uma marcante diferença cultural de gênero, sendo um traço dessa formação a submissão das mulheres ao gênero masculino. Os dados foram analisados à luz das teorias feministas e da Psicologia HistóricoCultural, entre outras escolhas teóricas, com o intuito de entender as atuais tensões dessa prática e trazer sugestões de ressignificação dos ritos nessas culturas, propondo uma prática coletiva, junto a essas mulheres, para a criação de possibilidades de emancipação diante do manejo do saber tradicional e do saber escolarizado |