Perfil lipídico, inflamatório e microbiota intestinal de camundongos C57BL/6 alimentados com dieta hiperlipídica submetidos à suplementação de diferentes doses de curcumina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Caroline Bertoncini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-08092022-162920/
Resumo: Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que aproximadamente 13% da população mundial adulta são indivíduos com obesidade. Como causa comum da obesidade, o desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia, resulta em acúmulo excessivo de gordura corporal e inflamação crônica de baixo grau. A curcumina é encontrada no rizoma da Curcuma longa L. Diversos estudos têm demonstrado os efeitos dessa substância em distúrbios metabólicos, inflamação e obesidade. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar o efeito de diferentes doses de curcumina na microbiota intestinal, no peso corporal, no perfil lipídico e glicídico e no perfil inflamatório de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Avaliaram-se 50 camundongos machos, os quais foram divididos em 5 grupos de 10 animais cada: dieta padrão (DP), dieta hiperlipídica (DH), dieta hiperlipídica com 50 mg/kg de peso de curcumina (DHC50), dieta hiperlipídica com 250 mg/kg de peso de curcumina (DHC250) e dieta hiperlipídica com 500 mg/kg de peso de curcumina (DHC500). Durante o período experimental (12 semanas), avaliou-se a ingestão alimentar e o peso corporal semanalmente. O teste de tolerância a glicose foi realizado 48 horas antes da eutanásia. Ao final do experimento, os animais foram eutanasiados e realizada a coleta de sangue, amostra de fezes e tecidos para análises bioquímicas, histológicas e moleculares. Todas as análises consideraram significância de 5% e foram feitas por Kruskal-Wallis e ANOVA. Ao observar a porcentagem de ganho de peso, o grupo DP apresentou menor ganho em comparação aos demais e, apesar de não diferente, o grupo DHC50 apresentou menor ganho (~16%) comparado ao grupo DH. Para o tecido adiposo marrom, observou-se maior peso nos grupos DHC250 e DHC50 (43% e 29%, respectivamente) comparados ao grupo DH. Ao analisar a expressão proteica de IL-10 no tecido adiposo epididimal, notou-se aumento nos grupos DHC250 e DHC500 comparados ao grupo DH. Para expressão gênica de TNF-α no fígado e no tecido adiposo retroperitoneal, observou-se que as três doses promoveram redução comparadas ao grupo DH. Já para a IL-10, quando analisada no fígado, observou-se um aumento nas doses 50mg e 250mg quando comparadas ao grupo DH. Aumento na expressão gênica de marcador de macrófago M2 (MRC-1) também foi observado nas doses de 250mg e 500mg. Sobre a microbiota intestinal, ao nível de filo, para Actinobacteria, os grupos DHC250 e DHC500 tiveram a abundância aumentada em comparação ao grupo DH. Para Proteobacteria, o grupo DHC50 apresentou diminuição da abundância (~49%) quando comparado ao grupo DH. Ao nível de gênero, redução de Bacteroides foi observada nos grupos DHC50 e DHC500 comparados ao grupo DH e aumento de Clostridium cluster XIVa foi observado nos grupos DHC50 e DHC250 comparados ao grupo DH. No geral, pode-se concluir que os efeitos da curcumina são possivelmente dose-dependentes, especificamente, uma dose menor de curcumina parece ser mais eficaz do que doses mais altas, como observado no perfil da microbiota intestinal e na resposta inflamatória.