Efeito da suplementação de creatina sobre a cognição em crianças saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Merege Filho, Carlos Alberto Abujabra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5164/tde-09082016-143643/
Resumo: Introdução: Postula-se que a creatina (ácido-metil-guanadino-acético), descrita como um \"tampão energético\" dos processos metabólicos cerebrais, poderia melhorar o desempenho cognitivo nos indivíduos em desenvolvimento. Objetivo: Investigar os efeitos da suplementação com creatina na função cognitiva e nas concentrações cerebrais em crianças saudáveis. Métodos: O presente ensaio-clínico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, foi composto por 67 crianças saudáveis com idades entre 10 e 12 anos (11,5 ± 0,8). Os participantes receberam 0,3g/Kg/dia de creatina monohidratada (n= 35) ou dextrose (n=32). No período basal, e após sete dias de intervenção, os participantes foram submetidos à bateria de testes cognitivos. Em uma sub amostra aleatória de participantes (creatina: n = 11 e placebo: n = 10), as concentrações cerebrais de creatina foram avaliadas no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, hipocampo esquerdo e lobo occipital, pela técnica de espectroscopia por ressonância magnética (1H-ERM). Resultados: Os escores obtidos nos testes de função executiva e aprendizagem verbal não foram estaticamente diferentes entre os grupos antes ou após a intervenção (p > 0,05). As concentrações cerebrais de creatina (expresso em mmol/L) não foram estaticamente diferentes entre os grupos no córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (creatina - pré: 6,9 ± 0,8, pós: 6,7 ± 0,5; placebo - pré: 6,7 ± 0,8; pós: 6,9 ± 0,09; p = 0,50), hipocampo esquerdo (creatina - pré: 7,0 ± 0,5, pós: 6,8 ± 0,7; placebo - pré: 6,7 ± 1,0; pós: 6,6 ± 1,9; p = 0,80), e no lobo occipital (creatina - pré: 7,9 ± 0,9, pós: 8,1 ± 0,8; placebo - pré: 7,7 ± 0,4; pós: 7,8 ± 0,5; p = 0,70). Conclusão: o protocolo de suplementação de creatina por sete dias mostrou-se incapaz de provocar aumento nas concentrações cerebrais de creatina ou no desempenho cognitivo em crianças. Esses dados sugerem que essa população depende principalmente da síntese cerebral do que a creatina exógena para manter a homeostase desse nutriente no cérebro