A superação do Paradigma Neoliberal na América Latina: uma análise comparada entre a Argentina Kirchnerista e a Venezuela Bolivariana (2003-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Fabiana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-12092016-131846/
Resumo: O presente trabalho se propõe a comparar duas experiências de instauração dos princípios neoliberais na América Latina, Argentina e Venezuela, seus principais reflexos socioeconômicos e a construção de alternativas que recuperam o protagonismo do Estado como propulsor do desenvolvimento. A combinação de diversos elementos recorrentes na história política da América Latina, tais como os constantes e agudos distúrbios socioeconômicos e a fragilidade das instituições, constituíram um terreno fértil para que se implementasse de maneira acrítica um conjunto de políticas de caráter ortodoxo que levariam a um dos mais profundos processos de concentração de renda já existentes na história do sistema capitalista. O esgotamento deste modelo, no entanto, evidenciado pelos massivos protestos populares que tomaram as ruas das principais cidades argentinas e venezuelanas, assim como pelo risco que representou de que novas rupturas democráticas ocorressem nestes países, criou o cenário necessário para que projetos políticos progressistas encabeçados por outsiders da política nacional chegassem ao poder. As vitórias eleitorais de Hugo Chávez na Venezuela e de Néstor Kirchner na Argentina foram, então, a expressão não apenas do fracasso do neoliberalismo como modelo econômico na América Latina, como também da certeza de que os problemas sociais não podiam ser resolvidos por outro ator que não o Estado. A profundidade das reformas que foram promovidas por estes governos não nos impede, no entanto, de reconhecer as contradições que engendram e o bastante limitado êxito que tiveram suas iniciativas de transformar as estruturas econômicas dos seus respectivos países. É, por tanto, fundamental que busquemos compreender a estes fenômenos de maneira profunda e esta investigação representa um esforço neste sentido. O presente trabalho busca, portanto, comparar os projetos nacionais desenvolvidos na Argentina e na Venezuela entre 2003 e 2013 com o fim de observar se, de fato, tais processos apresentam importante grau de flexibilização do neoliberalismo, ademais de analisar se a construção dos novos arranjos econômicos, sociais e partidários nestes países nos permitem afirmar que a Argentina e a Venezuela caminham em direção à implementação de um modelo econômico que possa ser caracterizado como neodesenvolvimentista.