Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Melo, Anderson Luiz de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27164/tde-06012023-150008/
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Resumo: |
Nesta pesquisa são analisadas as transformações das representações da transfeminilidade em telenovelas brasileiras, partindo da análise das personagens Marcos Paulo (O Sétimo Guardião, 2018/2019), Britney (A Dona do Pedaço, 2019) e Michelly (Bom Sucesso, 2019/2020). O trabalho enfoca a construção destas transfeminilidades a partir de novos pressupostos, em um outro tempo, marcado pela ascendência da militância de corpos transgênero. A transgeneridade guarda um histórico de representações aviltantes, estereotipadas e abomináveis, esvaziadas de humanidade, grotescamente compostas e tradicionalmente interpretadas por homens cis, de modo caricato e moldado na forja da estereotipagem recorrente. Acompanhando as tendências da mídia internacional, em especial a estadunidense, e forçada pela pressão do ativismo LGBTQIAP+, a ficção seriada nacional se relaciona com a modificação deste histórico, com a escalação, em, 2018, de três atrizes trans para interpretarem as personagens citadas acima. Sob a luz dos estudos feministas e de gênero, da literatura dedicada às telenovelas e às representações sociais e amparado na metodologia da etnografia em tela, foram estabelecidos marcadores de análise posteriormente cotejados com as cenas ficcionais. Um percurso de análise responsável por apontar que o debate a respeito da transfeminilidade nas produções da grande mídia não se encerra com a escalação do elenco. O curso da pesquisa indicou que pessoas trans podem corporificar personagens que ainda se apoiam em estereótipos e perspectivas transfóbicas, alimentando e dando sobrevida a longevos padrões grotescos. Ao mesmo tempo, as representações destas novas personagens têm o potencial de colaborar com a desmistificação da transexualidade diante da sociedade, promovendo a identificação do público com a temática e buscando, por meio da linguagem e dos elementos narrativos próprios da telenovela, educar a audiência para a tolerância e o respeito. |