A representação das identidades homossexuais nas telenovelas da Rede Globo: uma leitura dos personagens protagonistas no período da censura militar à televisão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Fernandes, Guilherme Moreira lattes
Orientador(a): Faria , Maria Cristina Brandão de lattes
Banca de defesa: Trinta, Aluizio Ramos lattes, Lopes, Maria Immacolata Vassallo de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Departamento: Faculdade de Comunicação Social
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2028
Resumo: Nossa dissertação parte dos conceitos de identidade cultural na contemporaneidade à luz de autores filiados aos Estudos Culturais, ao Interacionismo Simbólico e ao Pós-estruturalismo. A partir das conceituações de identidades, passamos a discutir as identidades de orientação sexual e de gênero. Também observamos a narrativa da telenovela como forma de revelar a nação em uma época marcada pela censura federal à televisão. No processo construtivo da narrativa daremos ênfase aos personagens homossexuais nas telenovelas da Rede Globo, protagonistas de histórias escritas em pleno controle oficial da censura, mas que, de certa forma, abordaram ora timidamente, ora com mais contundência a homossexualidade de personagens centrais dessas tramas. Nosso recorte temático versou os protagonistas homossexuais desta época, assim analisamos com profundidade, de acordo com as premissas da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin, três telenovelas. A primeira, “O Rebu”, de Bráulio Pedroso, exibida em 1974, narrou a festa oferecida por Conrad Mahler para recepcionar uma princesa italiana. Durante a festa, um crime é cometido pelo próprio anfitrião, sendo uma relação homoafetiva um dos motivos do assassinato. Ainda em “O Rebu”, Roberta e Glorinha abandonam seus respectivos maridos e passam a viver juntas. A telenovela seguinte, “Os Gigantes”, de Lauro César Muniz, 1979, narra a história de Paloma Gurgel, uma mulher livre, a frente do seu tempo, que se permitia inclusive uma relação com outra mulher. Por fim, em “Brilhante” de Gilberto Braga (1981), acompanhamos os dilemas de Inácio, um homossexual que sofreu para ser aceito por sua família. Concluímos a importância das telenovelas mostrarem personagens LGBTs em um período onde à censura inibia a sociedade de debater, em esfera pública, essa possibilidade de cidadania.