Modelos de transição energética residencial e o acesso a serviços energéticos limpos: uma análise a partir de dois estudos de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sgarbi, Felipe de Albuquerque
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-11092013-124241/
Resumo: A transição energética residencial começou a receber especial atenção da comunidade científica nos anos 1970 e 1980, quando se acreditava na ocorrência iminente da Crise da Lenha. Na época, temia-se que o corrente ritmo de consumo de biomassas sólidas em países em desenvolvimento ultrapassaria a capacidade de produção primária dos ambientes naturais, com sérias consequências para as camadas menos abastadas da população destes locais, que se veriam em uma situação de escassez de fontes de energia. Apesar de esta crise nunca haver, de fato, se concretizado, a preocupação com a sua potencial ocorrência estimulou o desenvolvimento de modelos que visavam à interpretação do fenômeno da transição energética residencial decorrente do processo de urbanização e aumento de renda dos usuários finais. Tal interesse culminou na elaboração do modelo da Escada Energética que, de uma maneira geral, previa que o abandono de fontes de energia tradicionais e a adoção de fontes de energia modernas era o resultado do aumento do status social da população. Inicialmente, a Escada Energética se estabeleceu como principal modelo de transição energética residencial. À medida que novos estudos foram desenvolvidos, entretanto, evidências passaram a sugerir que diversos fatores envolvidos na transição energética em países em desenvolvimento não podiam ser explicados pelo modelo. Estas evidências subsidiaram a concepção do modelo do Acúmulo de Combustíveis, segundo o qual a diversificação, e não a substituição, de energéticos seria o resultado do desenvolvimento social da população. Atualmente, não existe consenso sobre qual modelo melhor reflete o fenômeno da transição energética residencial. Como consequência, políticas públicas de acesso a energia e serviços energéticos limpos baseadas nestas diferentes interpretações possuem características e resultados distintos. Neste contexto, o presente trabalho pretende contribuir para a discussão sobre qual modelo de transição energética melhor reflete a realidade dos consumidores residenciais de energia de países em desenvolvimento a partir da apresentação de dois estudos de caso que retratam diferentes facetas da questão. As análises elaboradas indicam que o modelo do Acúmulo de Combustíveis consegue representar com maior fidelidade o fenômeno da transição energética residencial e que políticas públicas estruturadas segundo seu arcabouço teórico podem contribuir mais eficazmente para a melhoria das condições de vida da população.