O outro lado da metrópole: as Comunas da Terra na região metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Raggi, Roberta Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-29072014-170607/
Resumo: Esta pesquisa busca analisar a proposta do MST chamada \"Comuna da Terra\", que consiste na criação de assentamentos de reforma agrária em franjas de expansão urbana de grandes cidades, com lotes reduzidos e matriz de produção agroecológica. Partindo-se da análise da hipótese de que \"as Comunas da Terra da Região Metropolitana de São Paulo são a expressão dos conflitos pelo acesso à terra, pelo acesso ao trabalho e pelo acesso às políticas públicas inerentes aos meios urbano e rural\", este trabalho pretende compreender como as Comunas da Terra respondem à desigualdade social brasileira e quais são os limites e as conquistas obtidas. Optou-se por delimitar o estudo às seguintes Comunas da Terra: Dom Tomás Balduíno, Irmã Alberta e Dom Pedro Casaldáliga, localizadas na Região Metropolitana de São Paulo - RMSP, pois acredita-se que a análise das Comunas da Terra situadas nas franjas de expansão de São Paulo possa gerar um estudo de campo emblemático acerca da questão agrária sobre o meio urbano e sobre a própria questão urbana. A proposta das Comunas da Terra apresenta um grande potencial de transformação social ao reunir demandas de movimentos sociais urbanos e rurais em um assentamento de reforma agrária situado nas franjas de expansão urbana: seria possível garantir o acesso à terra para o trabalho e para a moradia, conciliando a preservação ambiental e contribuindo para o abastecimento alimentar da população urbana. No entanto, por meio desta pesquisa verificou-se que existe um descompasso entre a proposta das Comunas da Terra e a realidade, pois grande parte desse potencial transformador não é implantado. O potencial transformador das Comunas da Terra estaria menos ligado à inclusão das famílias na sociedade e no mercado e mais à ruptura da reprodução de velhas práticas e vícios da sociedade brasileira dentro das Comunas. Se a luta pela permanência na terra tornou-se o maior limite imposto para as famílias das Comunas e para os dirigentes do MST, é nela também que está o seu maior potencial transformador. Cabe às famílias e aos dirigentes do MST o desafio de encontrar os caminhos para a realização dessa transformação social dentro das Comunas.