Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Wilians Ventura Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/242796
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Resumo: |
“Aqui se respira luta, aqui se pinta diversidade” é um lema que faz parte dos movimentos LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trangêneros, queer, intersexuais, assexuais e pansexuais) e outros movimentos que atravessam a luta pela diversidade e que possuem a liberdade de seus corpos e vidas como centralidade em suas agendas e pautas. Essa dissertação buscou compreender e avaliar a permanência, continuidade e disruptividade dos diferentes movimentos socioespaciais e socioterritoriais que atuam em torno da diversidade sexual e de gênero, através dos dados levantados e sistematizados pelo DATALUTA no contexto das cidades brasileiras. A proposta foi fundamentada em duas principais abordagens: 1) a identificação, análise e avaliação sistemática das ações promovidas por movimentos socioespaciais e socioterritoriais que se vinculam, atravessam e são atravessados pela diversidade sexual e de gênero em escala nacional, tendo por objetivo compreender a diversidade presente nas possibilidades de organização coletiva, bem como as metodologias empregadas por esses movimentos no ato da produção de espaços e territórios, isto é, como esses movimentos produzem espaços e territórios desde a escala nacional. 2) a segunda abordagem se deu a partir de uma leitura verticalizada para os ativistas e militantes LGBTQIA+ que organizam as Paradas do Orgulho e ações congêneres, bem como no diagnóstico produzido em torno da materialização dos Territórios da Morte, do Medo e de Resistência LGBTQIA+ representados, respectivamente, pelos crimes de ódio, pelas violações constantes e pelas ações de resistências produzidas pelos movimentos socioespaciais e socioterritoriais. Observou-se que os movimentos socioterritoriais e socioespaciais considerados tradicionais e que possuem uma base muito vinculada ao mundo do trabalho, produção e reprodução da vida, tem nos últimos anos se dedicado a um debate intenso sobre às diversidades que compõem esses movimentos, bem como a construção de ações socioespaciais que efetivam e produzem mudanças na dinâmica espacial em que as mesmas ocorrem. Vê-se, portanto, o surgimento de inúmeros coletivos LGBTQIA+ em sindicatos, partidos e movimentos socioterritoriais. O Movimento LGBTQIA+ vem construindo nas últimas décadas amplas e complexas redes com outros movimentos socioespaciais e socioterritoriais, evidenciando uma complexificação em sua estrutura organizativa e interação com outros movimentos, organizações e instituições, como o movimento de mulheres, movimento negro, movimentos de luta por moradia urbana, movimentos de luta pela terra, sindicatos e partidos políticos. Essa pluralidade de relações e interações com outros movimentos e organizações confere ao Movimento LGBTQIA+ uma característica ímpar, as interseccionalidades e reciprocidades existentes em dadas relações se materializam em diferentes espaços e territórios, assim, um LGBTQIA+ também é rosto sem-terra, sem-teto, ribeirinho, indígena, quilombola, entre outras expressões da vida em movimento, disputa, conflito e transformação. O primeiro objetivo foi atingido a partir do levantamento de dados sistematizados pelo Banco de Dados da Luta Pelos Territórios (DATALUTA), avançando na construção de cartografias que materializam as resistências dos movimentos em escala nacional, bem como a diversidade de tipologias utilizadas por eles. O segundo objetivo foi alcançado através de um aprofundamento qualitativo, utilizando-se de metodologias como o trabalho de campo, entrevistas semiestruturadas e análise do discurso. Ademais, foram utilizadas outras metodologias importantes para a consecução desta pesquisa, são elas: coleta e tratamento de dados, análise comparativa dos dados estatísticos organizados em mapas, gráficos, tabelas e quadros, levantamento e leitura da bibliografia, trabalho de campo exploratório, produção e modelização cartográfica, entrevistas semiestruturadas e construção de bancos de dados. |