Revisão sistemática entre abiraterona e enzalutamida no tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Madeira, Leandro Roque
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17157/tde-23042018-105932/
Resumo: Introdução: O câncer de próstata metastático resistente à castração apresenta sobrevida inferior a 30% em cinco anos, e o único tratamento disponível para os pacientes até pouco tempo atrás era o docetaxel. Com o maior entendimento dos mecanismos de resistência desse câncer às terapias utilizadas, novas drogas foram desenvolvidas, entre elas a abiraterona, que atua no bloqueio da enzima 17-? desidrogenase-hidroxiesteroide e a enzalutamida que age diretamente nos receptores de androgênios. Foi realizada uma revisão sistemática dos estudos que avaliaram a eficácia e segurança da abiraterona mais prednisona e da enzalutamida em pacientes com CPMRC, tanto previamente quanto posteriormente ao tratamento com docetaxel. Métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada em março de 2016 nas bases da Pubmed, Google Acadêmico e ClinicalTrials.gov. Os seguintes termos de pesquisa foram utilizados \"prostate cancer metastatic resistent\", \"prostate cancer\", \"abiraterone\" e enzalutamide\", restringido a estudos clínicos randomizados fase III, duplo cego e multicêntrico, publicados nos idiomas inglês, espanhol. Os estudos selecionados foram analisados de forma independente por LRM e AAN. Os critérios para análise foram a sobrevida global (SG), sobrevida livre de progressão (SLP) e o tempo até a progressão do PSA (TP PSA), previamente e após o uso de docetaxel. Resultados: Foram identificados 53 estudos. Aplicando os critérios de inclusão foram selecionados quatro estudos que juntos somaram uma população de 5.199 (2.394 pacientes após docetaxel e 2.805 pacientes previamente ao uso do docetaxel). Em relação a SG, a abiraterona reduziu o risco de morte em 26% após docetaxel (HR 0,74 95% IC 0,64-0,86) e 19% no pré-docetaxel (HR 0,81 95% IC 0,70-0,93), e a enzalutamida reduziu em 37% após (HR 0,63 95% IC, 0,53-0,75) e 23% no pré-docetaxel (HR 0,77 95% IC 0,67-0,88). Em relação a SLPr, abiraterona retardou a progressão da doença em 34% após (HR 0,66 95% IC 0,58-0,76) e 48% na pré-quimio (HR 0,52 95% IC 0,45-0,61), e a enzalutamida em 60% após quimio (HR 0,40 95% IC 0,35-0,47) e 68% na pré-quimio (HR 0,32 95% IC 0,28-0,36). Abiraterona aumentou o tempo até a progressão do PSA em 64% após quimio (HR 0,36 95% IC 0,52-0,78) e 50% na pré-quimio (HR 0,50 95% IC 0,43- 0,58), e a enzalutamida em 75% após quimio (HR 0,25 95% IC 0,20-0,30) e 83% na pré- quimio (HR 0,17 95% IC 0,15-0,20). Conclusão: Tanto abiraterona quanto enzalutamida demonstraram melhores resultados no aumento da SG, da SLPr e do TP PSA no tratamento de pacientes com CPMRC. Não há um estudo comparativo direto e devido a diferenças nos critérios de inclusão e dos grupos comparadores entre esses estudos clínicos, não é possível uma análise indireta entre tais medicamentos. Assim, questões como qual a melhor estratégia de tratamento na pré e pós-quimio e o sequenciamento ideal para enfrentamento do CPMRC não podem ser respondidas.