Morbidade perioperatória da prostatectomia radical após terapia neoadjuvante de privação androgênica intensificada em paciente com câncer de próstata localizado de alto risco: resultados de estudo fase 2 comparado com coorte contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ilario, Eder Nisi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-13092024-143048/
Resumo: CONTEXTO: Estudos recentes sobre terapia neoadjuvante intensificada seguida de prostatectomia radical (PR) carecem de dados bem estabelecidos quanto a complicações cirúrgicas e comparação com grupo de pacientes submetidos a PR sem o uso de terapia neoadjuvante. O objetivo deste estudo é descrever e comparar as taxas de complicações perioperatórias entre os pacientes que foram submetidos a PR após receber terapia neoadjuvante de privação androgênica intensificada e aqueles que foram submetidos a PR sem neoadjuvância. MÉTODOS: Este foi um estudo prospectivo de fase 2 de centro único em pacientes com câncer de próstata de alto risco (CaPAR). O grupo controle incluiu pacientes com CaPAR submetidos a PR fora do ensaio clínico durante o mesmo período de recrutamento do estudo. Os pacientes do grupo intervenção foram randomizados (1:1) para receber terapia de privação androgênica neoadjuvante mais abiraterona com ou sem apalutamida seguida de PR (clinicaltrials.gov identificador NCT02789878). As complicações observadas até 30 dias da cirurgia foram classificadas com base na classificação de Clavien-Dindo. Análises uni e multivariadas foram realizadas para avaliar fatores preditivos associados a complicações perioperatórias. A continência urinária foi avaliada 12 meses após a PR. A sobrevida livre de recorrência bioquímica foi analisada ao longo do seguimento clínico. RESULTADOS: No total, 124 pacientes com CaPAR foram submetidos a PR entre maio de 2019 e agosto de 2021, incluindo 61 pacientes no grupo intervenção e 63 pacientes no grupo controle. As taxas de complicações gerais e maiores (Clavien 3) no grupo intervenção foram 29,6% e 6,6%, respectivamente; e 39,7% e 7,9% no grupo controle. Não houve diferença significativa entre os grupos. Observamos uma taxa de 4,9% de eventos tromboembólicos no grupo neoadjuvante versus 0% no grupo controle. A taxa de continência urinária 12 meses após a cirurgia foi semelhante entre os grupos (81,4% no grupo neoadjuvância vs. 82,5% na coorte contemporânea). Não observamos diferença na sobrevida livre de recorrência bioquímica em 3 anos entre os grupos (52,3% na neoadjuvância vs. 44,9% no grupo controle. CONCLUSÕES: Não houve aumento significativo na taxa de morbidade em PR após terapia neoadjuvante intensificada. A neoadjuvância não interferiu na taxa de continência urinária avaliada 12 meses após a cirurgia. A neoadjuvância não melhorou a sobrevida livre de recorrência bioquímica em 3 anos quando comparado com o grupo controle. A associação de terapia neoadjuvante de privação androgênica intensificada com PR e linfadenectomia pélvica estendida pode aumentar o risco de eventos tromboembólicos perioperatórios