Enzalutamida no tratamento farmacológico do câncer de próstata metastático resistente à castração pós-docetaxel: uma revisão sistemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tavares, Cristiano Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10968
Resumo: O câncer de próstata é a terceira neoplasia de órgãos sólidos mais incidente e a quinta mais mortal no mundo. Uma de suas complicações frequentes e letais é o câncer de próstata metastático resistente à castração (MCRPC), doença grave e incurável que ganhou, nos últimos dez anos, novos agentes terapêuticos para seu tratamento. O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão sistemática (RS) de ensaios clínicos controlados e randomizados (ECCR) sobre a eficácia da enzalutamida em comparação às demais opções terapêuticas ou placebo, para o tratamento do MCRPC no cenário pós-docetaxel. Seguindo as etapas descritas na diretriz PRISMA (preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses), buscou-se ensaios clínicos nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, LILACS, Web of Science e Science Direct, Cochrane Library Wiley e na literatura cinzenta. Os desfechos analisados foram: sobrevida global (SG), redução dos níveis de antígeno prostático específico (PSA,) sobrevida livre de progressão radiológica (RPFS), tempo para progressão de PSA (tPSA) e tempo para primeiro evento esquelético (tSRE). Foram selecionados 5 estudos que preencheram os critérios de elegibilidade. A mediana daSG foi de 18,4 meses (intervalo de confiança de 95% [IC95%], 17,3 - não alcançado) no grupo enzalutamida versus 13,6 meses (IC 95%, 11,3 Para 15,8) no grupo placebo e redução de PSA em 50% ou mais (54% vs. 2%, p <0,001), tPSA (8,3 vs. 3,0 meses, razão de risco, 0,25; p <0,001), RPFS (8,3 contra 2,9 meses, HR = 0,40; p <0,001)e tSRE (16,7 vs. 13,3 meses; HR = 0,69; p <0,001). Foi observada superioridade da enzalutamida em relação ao placebo em todos os desfechos analisados. O medicamento foi eficaz em diferentes contextos de duração de terapias anteriores, regiões geográficas, níveis basais de PSA e presença de metástases viscerais, apesar pior prognóstico associado às metástases hepáticas. Apesar do benefício aparente em relação ao placebo, não foram identificados estudos de comparação direta entre enzalutamida, tampouco aplicou-se comparação indireta por conta das limitações metodológicas relacionadas ao protocolo e desenho dos estudos. Portanto, o grau de recomendação da enzalutamida ainda não pode ser estimado. Este trabalho poderá servir como ferramenta de suporte à gestão e à decisão, contribuindo para qualificar as decisões a serem tomadas, no contexto da prescrição racional ou incorporação da tecnologia