Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Dalpicolo, Flávia Andressa Farnocchi Marucci |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-05082024-082545/
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Resumo: |
A depressão materna é reconhecida como condição de adversidade com impacto negativo para o comportamento de escolares, sendo lacuna da literatura o papel das cognições negativas e suas influências para as práticas educativas das mães depressivas. Objetivou-se identificar as associações entre depressão materna, cognições negativas maternas e estressores do contexto familiar, e verificar o efeito preditivo destas variáveis para o desfecho problemas comportamentais de crianças em idade escolar. Adotou-se um delineamento transversal, correlacional preditivo, de comparação entre grupos. Foi incluída uma amostra de conveniência, composta por 100 díades mães-crianças, distribuídas em dois grupos: Grupo Depressão - 50 díades mães-crianças, cujas mães apresentaram história de depressão recorrente; e Grupo Comparação - 50 díades mães-crianças, cujas mães não apresentaram história de depressão ou qualquer transtorno psiquiátrico, sistematicamente avaliado pela Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID). As mães foram identificadas junto a serviços de Saúde Mental e da Família de uma cidade do interior paulista, e as crianças, de sete a 12 anos, de ambos os sexos, identificadas por meio de suas mães. Para a inclusão e composição dos grupos as mães responderam a SCID e ao Questionário sobre a Saúde do Paciente e as crianças ao Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (inclusão - percentil ≥ 25). Foram aplicados com as mães: o Questionário Geral, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), a Escala de Eventos Adversos, a Escala de Adversidade Crônica e uma Entrevista com Roteiro Semi-Estruturado, visando à identificação dos estressores e das cognições negativas maternas. A coleta de dados foi realizada em sessões individuais, face a face. Os instrumentos foram codificados conforme as normas técnicas e as entrevistas transcritas e codificadas, sendo verificada a concordância entre avaliadores. Os dados foram analisados por procedimentos estatísticos (nível de significância de p≤0,05). O Grupo Depressão apresentou, com significância estatística, mais cognições negativas maternas, mais estressores do contexto familiar, e as crianças mais dificuldades comportamentais quanto ao total e as escalas sintomas emocionais e relacionamento com colegas. As variáveis depressão materna, cognições negativas, estressores, baixa escolaridade materna, constituição familiar monoparental, menor classe socioeconômica e sexo feminino das crianças apresentaram correlações significativas com mais dificuldades comportamentais. Verificou-se, por análise de regressão linear multivariada papéis diferenciados para as variáveis estudadas, evidenciando-se ainda, que as cognições negativas maternas foram mediadoras da relação entre a depressão materna e os problemas comportamentais de escolares. Identificou-se como modelos de predição significativos: a) para o Total de Dificuldades (F = 13,136; p<0,0001) os estressores do contexto familiar, cognições negativas maternas e menor escolaridade materna (27% da variação); b) para Sintomas Emocionais (F = 12,483; p<0,0001) a depressão materna, estressores do contexto familiar e menor escolaridade materna (26% da variação). Constatou-se que os problemas comportamentais das crianças em idade escolar foram multideterminados o que permitiu ampliar a compreensão sobre as condições que operam em conjunto com a depressão materna para tal desfecho. Tais dados contribuem para o planejamento de programas de prevenção e orientação de pais, e para a identificação de crianças em maior risco de apresentar problemas de comportamento. |