Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Saviolli, Carolina Mota Gala |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-14102013-142229/
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Resumo: |
O objetivo geral do presente estudo foi compreender o processo de construção de sentidos sobre a participação do pai no contexto de tratamento dos transtornos alimentares. A partir da utilização de uma perspectiva construcionista social, esses transtornos passaram a ser compreendidos enquanto construções sociais, da mesma maneira que o lugar do pai na atualidade. Esse objetivo foi delineado a partir da experiência em um serviço especializado de atendimento, o Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares (GRATA), no qual se denotava a maior presença das mães nas estratégias oferecidas, assim como do diálogo com a literatura científica, que apontava reduzidos estudos que focalizassem o discurso paterno. Como objetivos específicos, buscaram-se compreender como os discursos sociais da atualidade contribuem para a construção de sentidos sobre a participação do pai, e quais limites eles circunscrevem em termos das ações tomadas. Para isso, foram conduzidas 12 entrevistas individuais com pais cujas filhas estivessem em seguimento no serviço naquele momento e, em um caso apenas, com o pai de uma filha que havia recebido alta do serviço. O roteiro de entrevista utilizado tratava de temas considerados relevantes para esse contexto, mas, pela vasta quantidade de material, um recorte precisou ser aplicado, tendo como critério priorizar os sentidos construídos que contribuíram mais diretamente para a construção da participação do pai no tratamento. As entrevistas foram transcritas literalmente e na íntegra, constituindo o corpus de análise. A análise foi empreendida com base na Teoria Relacional do Sentido e na Teoria das Práticas Discursivas e Produção de Sentidos no Cotidiano. Foram enfatizados também os jogos de linguagem e de posicionamento situados na relação pesquisadora-colaborador, considerando a linguagem em uso como ação, construtora de realidades. A partir desse empreendimento relacional, foi possível discutir alguns pontos relevantes para a compreensão da temática: o posicionamento da pesquisadora enquanto psicóloga do serviço e como isso delimitou os sentidos produzidos nas interações; a valorização do conhecimento especializado; a construção ampliada da participação do pai para além das atividades oferecidas no contexto hospitalar, como seu lugar de apoio à filha e à esposa, especialmente; o cuidado como ação paterna. Tais sentidos foram confrontados com os validados pela literatura na área, e iniciadas algumas reflexões no sentido de ampliar a negociação sobre a participação do pai, utilizando, para tanto, algumas ferramentas conversacionais construcionistas, como a de self relacional e da responsabilidade relacional. Espera-se que os resultados possam auxiliar os profissionais e os serviços de saúde que atendem a essa população a uma relação mais colaborativa com esses pais, na qual haja o diálogo com esses atores e legitimação desse saber, buscando contextos de assistência que sejam mais convidativos para eles. Isso talvez contribua para uma ressignificação de seu lugar no tratamento de suas filhas. |