Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Raimundo Isídio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-30012024-175305/
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Resumo: |
As formas de enunciar objetos semióticos na internet provocam reflexões sobre as relações discursivas entre os sujeitos e as práticas linguageiras e, nesse contexto, a interação digital on-line ganha destaque, oferecendo condições para que se potencialize um efeito de liberdade que ampara o gesto do fingimento na constituição do corpo do internauta. Sob essa perspectiva, esta tese investiga a prática da interação digital on-line no Facebook, especificamente no \"Grupo onde fingimos ser idosos e confuso com as tecnologias modernas\" e no \"Grupo onde fingimos ser idosos confusos com a tecnologia\", perscrutando a identidade discursiva do enunciador e os simulacros que ele constrói sobre o idoso internauta. Tal estudo fundamenta-se teórica e metodologicamente na semiótica greimasiana e em seus desdobramentos práxico-tensivos em diálogo com Bertrand (2003 e 2016), Barros (2002, 2003 e 2005), Discini (2013), 2018 e 2019), Discini e Fiorin (2013), Fiorin (1980, 1992, 1995, 1999, 2000, 2004a, 2004b, 2006, 2007, 2008, 2016, 2017 e 2020), Greimas (1966, 1976, 1978, 1984, 2014 e 2017), Greimas e Courtés (1986 e 2016), Floch (1986), Fontanille (2005a, 2005b, 2006, 2008a, 2008b, 2015, 2017a, 2017b, 2019a, 2019b e 2021), Fontanille e Zilberberg (2001), Greimas e Fontanille (1993), Tatit (2001, 2019b e 2020) e Zilberberg (2004 e 2011). As análises apontam, no nível da prática, para uma conjuntura significante da experiência corpórea, advinda da interação com o objeto semiótico, levando em conta que tal objeto se constitui segundo a função do suporte e segundo as funções do ator discursivo, que também é o sujeito operador da prática. Tal experiência resulta de uma complexidade que está relacionada a dois fatores: à natureza do objeto-suporte e à do ator discursivo. O primeiro contempla as hiperligações que potencializam a profundidade do objeto-suporte, possibilitando a realização da prática interativa por meio das cenas predicativas: postar, curtir, comentar/responder e compartilhar. O segundo singulariza-se pelo estatuto do ator coletivo, figurativizado pelo jovem/não idoso que se competencializa por um querer, um saber e um poder fazer. Constata-se ainda que, no curso da interação, o idoso internauta é composto pelo princípio modal concernente ao não saber fazer e a ele são atribuídos simulacros que remetem ao preconceito e a estereótipos, enquanto lhe é projetada uma sanção negativa, por não saber operar com as tecnologias, estar apegado à religião, estar relacionado a doenças e à debilidade locomotora, estar apoiado nas experiências do passado, entre outros. O modo como o enunciador-fingidor percebe, sente e axiologiza o idoso sinaliza uma identidade discursiva que está apoiada na justa medida das coisas do mundo, misturando às vezes estereótipos da velhice com os da pobreza como forma de discursivizar o idoso internauta mediante uma lógica que exacerba e tonifica as estratégias de naturalização do preconceito contra o idoso. Assim o enunciador constrói de si a imagem de um sujeito fingidor sarcástico e debochado, que não privilegia os valores eufóricos do idoso, ao contrário, figurativiza e tematiza o idoso com requinte de disforização exacerbada. |