Escolha de micro-habitat termal por Rhinella ornata (Spix, 1824)(Anura: Bufonidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Zanotti Tavares de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41135/tde-24012019-100229/
Resumo: A escolha de micro-habitats termais é um processo altamente importante nas linhagens de animais ectotérmicos, que exibem termorregulação. Nas famílias destes animais estão englobadas algumas espécies de anfíbios pequenos, que pelo seu pequeno tamanho, apresentam limitada capacidade de manter temperaturas corporais endógenas independentes do meio ambiente. A regulação da temperatura corporal, nesse sentido, pode exigir comportamentos ativos de escolha de micro-habitats termais incluindo a exploração da paisagem termal, a detecção das temperaturas microambientais (em diferentes localidades), a definição de preferências termais, além de aprendizado e memória de onde estão os locais selecionados para termorregular. Nesta ordem de ideias, o objetivo central da presente dissertação de mestrado foi o de definir o comportamento de escolha de micro-habitat termal por parte do anuro Rhinella ornata, dentro de uma paisagem termal artificial complexa, testando as seguintes hipóteses: (1) Se há preferência termal em um ambiente termal complexo não linear; (2) Havendo preferências, se essas são efetivadas mesmo quando é necessário se expor à condições distantes da preferencial; (3) Quando se explora um ambiente termal mais complexo do que os típicos gradientes lineares, os animais voluntariamente se expõem a temperaturas distantes das chamadas \"preferenciais\". Para testar as hipóteses foi desenhada uma passagem termal artificial de quatro BODs com temperaturas fixas (4.1+1°C, 11.1+1°C, 15.7+1°C e 24.7+1°C), interconectadas por uma arena central. Catorze indivíduos de R. ornata (um por vez, realizando três repetições por indivíduo) foram colocados na areia central e foi filmado todo o comportamento de escolha de micro-habitat durante 72 horas, analisando posteriormente a presença dos indivíduos nas diferentes BODs ao longo dos experimentos. Neste experimento foi encontrado que dentro de uma paisagem termal complexa, quando forem ofertadas as quatro temperaturas fixas, R. ornata apresenta uma preferência termal por locais com temperaturas intermédias (15,7+1°C e 11,1+1°C), sendo que esta preferência foi definida em menos de 12 horas, mas não limito a exploração continua dos outros locais termais. O presente estudo apoia a ideia de que R. ornata \"aprende\" a definir os refúgios termais em menos de 12 horas quando chega em um local novo, e o uso de substratos termais preferidos vai aumentando, mesmo que exista um contínuo forrageio termal do ecossistema