Pensamento e riso trágicos: a aprovação incondicional da vida contra as ilusões humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Resende, Leandro Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-28112018-153310/
Resumo: O objetivo desta dissertação é estudar o pensamento trágico e a manifestação do riso trágico como formas de aprovação incondicional da vida, portanto como alternativa às ilusões que determinam valores e condicionam a aprovação da vida à supressão do dado trágico do mundo. Desse modo, elege como principal objeto de investigação a relação entre a escolha trágica e as crenças humanas desde suas bases epistemológicas, morais, éticas etc. A partir dessa relação, podemos verificar o problema e a função das ilusões humanas, que nada mais são do que as próprias bases e crenças provenientes do pensamento não trágico, isto é, do pensamento que aprova a vida em determinadas condições, excluindo certos aspectos da realidade como o nada, o acaso e a desordem, ou simplesmente o dado trágico do mundo. O pensamento trágico emerge como uma intuição desse dado trágico do mundo, que podemos negar ou aprovar. Friedrich Nietzsche, o filósofo que apontou a emergência dessa escolha, desenvolve uma forma de denúncia ao ardil que nega a vida em seu aspecto dionisíaco, cujos maiores inimigos são os princípios e valores dos ideais da tendência socrática, de racionalização da vida, e da moral judaico-cristã, de negação dos instintos em vista de uma vida melhor em outro mundo. Além do próprio pensamento trágico, de inspiração nietzschiana, que culmina na filosofia trágica, desenvolvida em larga medida por Clément Rosset, também o riso trágico se coloca como uma forma de destruição, ainda que isso não seja a sua finalidade. Sua manifestação é expressão de júbilo da vida vivida no instante, sem preconcepções a respeito do que é o certo e o errado, o bem e o mal, o belo e o feio etc. Em vista disso, o percurso expositivo se concentrou primeiramente no pensamento e, posteriormente, no riso trágicos, mas tanto de um modo como de outro o resultado é o mesmo: vemos a destruição das ilusões, ou das bases e das crenças humanas, contra os abismos dionisíacos e a aprovação incondicional da vida, ou amor fati, que nos permite compreender o estado psicológico de celebração e festa mesmo diante da morte.