Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Garcez, Marcela Riccioppo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-06112019-151032/
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Resumo: |
Introdução: É bem reconhecido que a ingestão de alimentos e o sono exibem padrões circadianos e distúrbios desses ritmos podem levar a problemas de saúde. Diversos estudos observacionais com adolescentes demonstraram tempo de sono abaixo do recomendado para a faixa etária, maior tempo dispendido frente a comportamentos sedentários, baixa ingestão de frutas e hortaliças, maior consumo de alimentos com alto teor de açúcares e gorduras e refeições não fracionadas. Objetivo: Descrever os comportamentos alimentares sob a perspectiva da crononutrição, a ingestão de nutrientes e a qualidade da dieta em adolescentes e investigar suas associações com a duração do sono autorreferida. Métodos: Foram utilizados dados provenientes do estudo transversal de base populacional - Inquéritos de Saúde e Alimentação - 2015 (ISA-Capital) com amostra de 480 adolescentes (12 a 19 anos) residentes do município de São Paulo. Dados do consumo alimentar foram obtidos por um Recordatório Alimentar de 24 horas (R24h) e a qualidade da dieta foi avaliada a partir do Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R). A informação sobre a duração do sono foi coletada junto do R24h por meio da pergunta \"Quantas horas de sono o(a) sr(a) dormiu ontem?\" e categorizado em <8h (curto), 8-10h (adequado) e >10h (longo). Sob a perspectiva da crononutrição, os comportamentos alimentares avaliados foram a frequência alimentar, período de alimentação, intervalo entre as refeições e ingestão de energia e nutrientes por refeição e pelo período de 24 horas. As análises foram realizadas no programa Stata 13.0 e a associação do tempo de sono com as covariáveis dietéticas foram testadas por múltiplos modelos de regressão linear, logística e de Poisson. O nível de significância considerado foi de 5%. Resultados: Dos adolescentes avaliados, 31% apresentam duração do sono abaixo do recomendado, com comportamentos alimentares caracterizados por menor probabilidade de ingerir as três refeições principais (59%), maior frequência alimentar pela manhã (1,4), alta contribuição de energia (14%), açúcares total (8%) e adicionado (3%) e carboidratos (8%) nos lanches e maior ingestão de açúcar adicionado no período de 24 horas, comparados aos indivíduos que possuem sono adequado ou longo. Além disso, a qualidade da dieta também é afetada, com pontuação mais baixa do IQD-R (53.6) para os indivíduos que dormem menos. Já os adolescentes com sono longo apresentaram maior ingestão energética no período da tarde (51%), maior número de lanches por dia (2,2) e menor período de alimentação (9,8h). Conclusão: A associação entre duração do sono e comportamentos alimentares, ingestão de nutrientes e qualidade da dieta em adolescentes sinalizam a relevância de considerar a relação entre sono e dieta como alvo de políticas públicas de saúde e em estratégias de mudança de comportamento, visando à prevenção do desalinhamento circadiano e consequente aumento do risco de obesidade e outras condições metabólicas. |