Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Leite, Victor Figueiredo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-03122024-131313/
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Resumo: |
A Síndrome Dolorosa Pós-Mastectomia (SDPM) é um quadro de dor mista que acomete cerca de 35% dos indivíduos com câncer de mama, com frequente presença de dor miofascial associada. A infiltração de pontos-gatilho (IPG) é um procedimento consagrado no tratamento de dor miofascial na população geral. Entretanto, não há estudos controlados avaliando a eficácia da IPG no tratamento da SDPM. Portanto, objetivo dessa tese foi avaliar a eficácia da IPG em indivíduos com SDPM, quando associada à reabilitação interdisciplinar e ao tratamento medicamentoso. Para tal, realizamos um ensaio clínico duplo-cego, placebo-controlado, realizado em dois centros, com análise por intenção de tratar. Ambos os grupos receberam reabilitação multidisciplinar e tratamento medicamentoso por Fisiatra e Equipe de Reabilitação, cegados para a alocação. O grupo ATIVO recebeu IPG uma vez por semana, por até três semanas consecutivas em até seis músculos pré-especificados. O grupo CONTROLE recebeu infiltrações subcutâneas de solução salina nos mesmos pontos, com a mesma frequência. Os desfechos primários foram a escala visual numérica de dor (EVN, 0-10), a incidência de pontos-gatilho (PG) ativos, e o limiar de pressão dolorosa (LPD) nos PG ipsi e contralaterais à dor, avaliados antes, e 1 e 3 meses após a intervenção. Os desfechos secundários envolveram medidas de dor neuropática e sensibilização central, incapacidade e amplitude de movimento do ombro. Os grupos foram comparados através dos testes T, Mann-Whitney, Chi-quadrado e Teste Exato de Fisher, conforme apropriado. Tamanho amostral esperado foi de 120, com alfa=5% e poder estatístico=80%. Foram incluídas 71 voluntárias, com dor iniciada há, em média, 13 meses, com dor pela EVN média de 7,0±1,5, com componente neuropático em 74,7% e sensibilização central em 78,9%, com média de 3,8±1,7 PG ativos. Não houve diferença de EVN entre os grupos em nenhum momento. A única diferença entre LPD ocorreu favorecendo o grupo CONTROLE no músculo trapézio superior ipsilateral à dor 1 mês após a intervenção (ATIVO=0,12±0,89 vs. CONTROLE=0,71±1,02, p=0,048), mas não em 3 meses. O número de PG ativos foi menor no grupo ATIVO 1 mês após a intervenção (ATIVO=1,95±2,28 vs. CONTROLE=3,00±2,11, p=0,048). Não houve diferença significativa nos desfechos secundários. A IPG não ocasionou mudanças clinicamente significativas nas dores da SDPM 1 e 3 meses após os procedimentos. Nossa população apresentava dores intensas, de longa duração, com altos níveis de incapacidade, sensibilização central, ansiedade e depressão. A comparação dos nossos dados com o de outros estudos é limitada pela descrição limitada das outras populações. Nossos achados poderiam ser diferentes com uma amostra mais robusta e com casos com menor tempo de dor e incapacidade. A inclusão de uma série de três IPG semanais a um programa de reabilitação e tratamento medicamentoso para SDPM não resultou em desfechos clinicamente mais significativos durante o tratamento, 1 ou 3 meses após |