Eficácia do tratamento da síndrome dolorosa miofascial nos pacientes com câncer em cuidados paliativos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vilar, Laís Araújo dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-04082021-132009/
Resumo: Introdução: Cuidados Paliativos (CP) são cuidados holísticos ativos ofertados a pessoas se encontram em intenso sofrimento proveniente de doença grave ameaçadora à vida, com enfoque na melhoria da qualidade de vida. A dor física tem papel de destaque quanto à prevalência e impacto no bem-estar, sobretudo dentre pacientes com doença oncológica em fase avançada de doença. A Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) pode ser um dos componentes da dor em pacientes com câncer em CP, porém não há evidência, até o momento, sobre o benefício do tratamento de agulhamento com lidocaína a 1% nesses pacientes. Objetivo: Avaliar a frequência de SMD e a eficácia do tratamento da SDM com injeção de lidocaína a 1% na redução da dor em pacientes com câncer em cuidados paliativos, comparando com grupo controle em tratamento convencional. Métodos: O estudo foi desenvolvido no Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FMRP-USP), Unidade de Emergência - FMRP-USP e Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Foram elegíveis todos os pacientes desses serviços com idade igual ou maior que 50 anos que tivessem doença oncológica sem proposta curativa. A primeira etapa do estudo foi composta por avaliação clínica para verificar a frequência de SDM. Os pacientes que tinham diagnóstico de SDM com intensidade de dor pela escala visual numérica maior que 5 eram convidados a participar da segunda etapa do estudo, um ensaio clínico randomizado simples-cego. O grupo intervenção foi submetido ao procedimento de injeção em ponto-gatilho com lidocaína a 1% e o grupo controle recebeu tratamento farmacológico via oral prescrito por sua equipe assistente. Foram avaliadas intensidade da dor (escala visual numérica e medida de limiar da dor com algômetro de pressão) e outras características clínicas - performance status, escore prognóstico, medicamentos analgésicos em uso, questionários de qualidade de vida, depressão e ansiedade. Houve reavaliação dos desfechos após 72 horas e 1 semana após o procedimento. Na análise estatística, para comparação de variáveis quantitativas entre os três momentos, foi utilizado modelo de regressão linear com efeitos mistos (efeitos aleatórios e fixos), adotando &alpha; de 0,05. Resultados: Dos 168 pacientes avaliados, 32,7% tinham critérios diagnósticos mínimos de SDM. Dentre as características clínicas, o uso de quimioterápico da classe dos taxanos apresentou associação com SDM (p=0,03). Participaram do ensaio clínico 30 pacientes, sendo 15 em cada grupo. Houve redução da intensidade da dor referida no grupo intervenção após 72 horas (p<0,001) e 1 semana (p=0,001), o mesmo não ocorrendo no grupo controle. Também houve redução do limiar de pressão da dor no grupo intervenção após 72 horas (p = 0,007) e 7 dias (p = 0,003), o que não ocorreu no grupo controle. O grupo intervenção teve maior frequência de indivíduos que tiveram as doses e/ou classes de medicamentos para dor reduzidas (p=0,011). Não houve diferença na qualidade de vida, ansiedade e depressão. Conclusão: A frequência de SDM em pacientes oncológicos em cuidados paliativos é elevada. Agulhamento com lidocaína a 1% em pontos-gatilho foi opção terapêutica eficaz na redução da dor desses pacientes.