Em torno da ironia: análise de Dom Casmurro, de Machado de Assis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Fonseca, Daniel Gomes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-04032015-191744/
Resumo: Esta dissertação apresenta os resultados de uma análise de Dom Casmurro que levou à conclusão de que a ironia é princípio constitutivo do romance. A ironia explica como a duplicidade efetiva da obra não a impede de se erigir como um todo artístico objetivo. Procuramos mostrar como são conjugadas duas causalidades de natureza diversa: uma, que ocupa o primeiro plano da obra, é expressão da interpretação que o narrador personagem confere à própria existência e contém elementos naturalistas tanto na articulação do enredo, como nas concepções em que se baseia. A outra, que abrange a primeira e a desqualifica, ergue-se a contrapelo e associa a ação recíproca entre personagens às forças histórico-sociais que os pressionam. Ao final, vemos que a ironia age em três níveis interdependentes: na articulação formal, nas concepções que lhe servem de base e no caráter dos personagens. O resultado é um romance que inclui elementos da ideologia conservadora para figurá-los como preconceitos. Essa constituição confere à narrativa a capacidade de enredar o pensamento conservador, que encontra nela motivo de se expor abertamente