Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fernando Henrique Tisque dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14122015-152741/
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é compreender a natureza do pensamento educacional de Sud Mennucci a partir da construção da sua biografia intelectual (DOSSE, 2009). Notamos que há ainda espaço para o desenvolvimento de pesquisas sobre o pensamento ruralista de Mennucci. Associa-se a esse fato a atenção dada pela historiografia da educação ao estudo de administradores de ensino como Fernando de Azevedo e Lourenço Filho, na medida em que seus discursos tendem a obscurecer a atuação de outros agentes no campo educacional (CARVALHO, 2003). Sud Mennucci foi professor primário, crítico literário, Presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP), colaborador e redator do jornal O Estado de S. Paulo, diretor da Imprensa Oficial e ocupou o cargo de Diretor da Instrução Pública do Estado de São Paulo por três vezes: 1932, 1933 e 1943/1945. Sua atuação no campo educacional está marcada pela defesa da criação de Escolas Normais Rurais. Nossa problemática está colocada nas seguintes questões: qual é a natureza do ideário pedagógico de Sud Mennucci? A partir de quais representações sobre o homem, a escola e de professores rurais propunha a formação especializada do magistério para as escolas rurais? Quais são as ressonâncias de suas ideias no campo educacional? O corpus documental da pesquisa é composto por 6 livros publicados por Sud Mennucci e seus textos escritos na Revista do Professor (1934-1939) e Educação (1929- 1948). Também incorporamos os textos de outros autores sobre o tema. Utilizamos, ainda, os decretos que instituíram programas de ensino para as escolas rurais na década de 1910, as reformas de ensino de 1920 e 1931 e os Anuários de Ensino dos anos de 1911, 1917 e 1918, nos quais identificamos extensas preocupações com o ensino primário rural. Com vista a compreender as apropriações das ideias ruralistas de Mennucci analisamos artigos sobre o tema na Revista do Professor, Educação e na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP) após o falecimento de Mennucci em 1948 até 1956, ano de criação da primeira Escola Normal Rural do estado de São Paulo. Nosso referencial teórico consistiu na leitura de François Dosse (2009), que entende a biografia como uma entrada para a reflexão historiográfica a partir da singularidade da vida de um indivíduo. Pierre Bourdieu (1998), a partir de suas análises sobre o capital cultural, tem nos ajudado a pensar de que forma Sud Mennucci utilizou diferentes saberes e competências para ocupar posições privilegiadas no sistema educacional. E Roger Chartier (1990, 1991) que tem permitido pensarmos na relação entre o capital cultural e social como fundamentos de representações que tornam o mundo legível e orientam as ações dos indivíduos. Para Sud Mennucci, os professores de origem urbana e formados nas Escolas Normais das cidades eram considerados inaptos para trabalhar nas escolas rurais, pois, possuíam uma mentalidade urbanista. Alegava que não conseguiam se adaptar e compreender os modos de vida da população rural. Os formados em Escolas Normais Rurais deveriam desempenhar o papel de apóstolos do ensino. Seriam os disseminadores de conhecimentos úteis ao trabalho agrícola e organizariam clubes de trabalho, campanhas de saúde, atividades culturais e de lazer. Nos textos publicados nas revistas educacionais após 1948, os autores reconhecem a necessidade de formação especializada de professores rurais, porém poucos trabalhos fazem referência às ideias ruralistas. Neste período, a representação do professor apóstolo é substituída pela de liderança, no entanto as expectativas sobre suas atividades permaneceram. |