O desenvolvimento do pensamento espacial e a cognição incorporada: novas perspectivas para o ensino de ciências e matemática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliva, Eloisa Neri de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81131/tde-16072018-134552/
Resumo: O espaço fornece uma estrutura conceitual rica que nos possibilita distinguir objetos, compreender as suas funções e relacioná-los. O pensamento espacial é uma atividade cognitiva composta por conceitos e representações de espaço e aplicação a processos de raciocínio. Existem diversas evidências científicas que apontam que o pensamento espacial desempenha um papel fundamental tanto na atividade científica quanto na aprendizagem de ciências e matemática. O pensamento espacial se baseia em habilidades espaciais, tais como rotação mental e orientação espacial. Ainda, há resultados científicos que apontam que crianças do gênero masculino, tipicamente, possuem um desempenho melhor em testes de habilidades espaciais do que crianças do gênero feminino. Assim, o principal objetivo desta pesquisa consiste em desenvolver, implementar e analisar uma atividade que pretende desenvolver habilidades espaciais. Nosso trabalho se apoia na teoria da cognição incorporada, que considera que os processos cognitivos estão fortemente ligados a comportamentos motores e sensoriais. A atividade proposta consiste em um jogo chamado Math-e-motion projetado para estudantes do terceiro ano do Ensino Fundamental. Nesse jogo, estudantes exercem os papéis de saltadores e observadores. Os saltadores executam movimentos em um plano coordenado desenhado no chão. Os observadores, por sua vez, devem delinear o movimento executado pelo saltador em um plano coordenado desenhado numa prancheta. Mais importantemente, tal delineamento deve ser dado de acordo com a perspectiva do saltador. Todos os estudantes executam os dois papéis. Avaliamos a atividade proposta através de dois estudos controlados, cada qual envolvendo alunos de escolas públicas brasileiras. Como produto de uma colaboração internacional, também executamos o primeiro estudo em uma escola nos Estado Unidos. Os resultados obtidos indicam uma melhora nas habilidades de orientação espacial e de rotação mental. Além disso, os resultados também apontam para uma redução na diferença no desempenho do teste de orientação espacial entre os gêneros feminino e masculino. Para habilidades matemáticas, houve melhora significativa na habilidade de leitura de gráficos com informações implícitas. Com o respaldo da teoria da cognição incorporada, a nossa pesquisa pretende contribuir com uma discussão acerca do papel do corpo no processo de aprendizagem.