A "tensão essencial" na formação do professor de física : entre o pensamento convergente e o pensamento divergente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ueno, Michele Hidemi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8448
Resumo: Resumo: Este trabalho traz uma reflexão acerca da formação inicial do professor de Física Fizemos um estudo com alguns estudantes do curso sobre as razões que fundamentam as suas opções pelo curso de Física da Universidade Estadual de Londrina, bem como a respeito dos fatores que exerceram influência positiva para a sua permanência e os obstáculos, que eles enfrentaram no transcorrer da graduação O estudo foi motivado pela constatação da baixa terminalidade desse curso, em relação a outros oferecidos pela mesma instituição, o que parece ser uma característica geral dos cursos de Física no Brasil As análises foram baseadas nos referenciais teóricos de Gaston Bachelard e Thomas S Kuhn Bachelard traz a idéia de obstáculos epistemológicos - resistências que dificultam o aprendizado científico Nas entrevistas pudemos constatar a existência de vários obstáculos para a formação do professor de Física; porém, nos detivemos em apenas dois deles: as dificuldades relacionadas à resolução de problemas em Física e o relacionamento aluno-professor Ao final, inspirados em Thomas Kuhn, foi possível compreender a formação do professor de Física como se situando entre duas formas distintas de pensamento Por um lado, os professores enquanto físicos, devem ser iniciados em uma forma convergente de pensar o mundo, pois a aprendizagem científica, conforme expressa por Kuhn, consiste basicamente na exposição sistemática do aprendiz aos exemplares, aos paradigmas partilhados pela comunidade científica, cujos pressupostos não são em nenhum momento postos em dúvida Por outro lado, ao ir para a sala de aula, o futuro professor deparar-se-á com uma outra realidade, cuja análise exige um tipo de pensamento, que poderíamos chamar de divergente, pois: o "objeto" de suas reflexões (o aluno) não pode ser pensado a partir de paradigmas bem definidos; os problemas com os quais ele encontrará não parecem ter uma única solução; além disso, não parece haver uma única metodologia que garanta um aprendizado significativo para todos os alunos Ou seja, a formação do professor de Física envolve a iniciação do aluno a ambos os tipos de pensamento: o convergente e o divergente Parafraseando Kuhn, poderíamos dizer que essa seria a "tensão essencial" presente na formação do professor de Física