Características clínicas de indivíduos cardiopatas submetidos à cirurgia cardíaca associadas ao tempo de ventilação mecânica no período pós-operatório imediato: estudo observacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Benedetti, Camila Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-03102022-085250/
Resumo: Existem vários fatores inerentes à condição clínica pré-operatória de pacientes submetidos a cirurgias cardiovasculares, como a idade, presença de comorbidades prévias e associadas a fatores que levam a alterações no sistema cardiorrespiratório, valores de pressões inspiratória e expiratória máximas (PIMáx e PEMáx) e volumes pulmonares inferiores a 70% do predito para a idade e sexo, que aumentam a probabilidade de desenvolver complicações pulmonares no pós-operatório, entre elas a necessidade de ventilação mecânica invasiva por mais de 24 horas (VMI>24h). A identificação e modificação destes fatores de risco no pré-operatório possibilita o planejamento de estratégias para reduzir os riscos de complicações pulmonares pós-operatórias. O presente estudo propôs verificar o perfil dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea mediante avaliação fisioterapêutica estruturada pré-operatória e identificar se as variáveis clínicas, antropométricas, de manovacuometria, ventilometria e força de preensão manual podem estar associadas à necessidade de VMI>24h no pós-operatório imediato. Foram analisados os dados obtidos de uma ficha de avaliação fisioterapêutica pré-operatória de pacientes maiores de 18 anos, de ambos os sexos e operados para correção de valvopatias cardíacas e/ou revascularização cirúrgica do miocárdio entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019, e foram incluídos e analisados os dados referentes a 141 voluntários saudáveis obtidos em estudo prévio. Além disso, foram coletados dados referentes a evolução pós-operatória hospitalar e de até 30 dias após a alta hospitalar. A amostra foi composta por 172 pacientes, sendo 102 valvopatas e 70 coronariopatas. Observou-se que as pressões respiratórias e a força de preensão palmar de valvopatas se distanciam mais dos valores médios de indivíduos saudáveis, e que os pacientes valvopatas e coronariopatas diferem entre si nas variáveis antropométricas e na proporção de diversas comorbidades. 23 (14,5%) pacientes necessitaram de VMI>24h no pós-operatório e não se observou diferença significativa na proporção de pacientes que necessitaram de VMI>24h e na mortalidade hospitalar entre ambos os grupos. Os resultados sugerem que os pacientes mais velhos, com menor peso, força de preensão palmar e pressões respiratórias diminuídas têm maior probabilidade de necessitarem VMI>24h no pós-operatório de cirurgias para revascularização do miocárdio ou correção de valvopatia. E ainda, sugerem que a fraqueza da musculatura respiratória associada à menor força de preensão palmar pode ser útil na avaliação do desempenho geral da musculatura esquelética, caracterizando melhor uma sarcopenia.