Diarreia e constipação intestinal em terapia nutricional enteral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Bittencourt, Amanda Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-17102013-143334/
Resumo: Introdução: Complicações gastrointestinais na terapia nutricional enteral são frequentes e podem afetar negativamente o desfecho de pacientes hospitalizados. Entre os principais problemas gastrointestinais observados na terapia nutricional enteral destacam-se a diarreia e a constipação intestinal, tema principal do presente estudo. Variáveis relacionadas aos pacientes, terapia medicamentosa e a própria terapia nutricional podem ser fatores predisponentes de diarreia e constipação intestinal. O objetivo do presente estudo foi identificar a frequência de diarreia e constipação intestinal em pacientes em terapia nutricional enteral exclusiva internados em hospital geral no Brasil e estudar os fatores associados a estes eventos. Método: Estudo monocêntrico, sequencial de inclusão aleatória e observacional que avaliou, de forma prospectiva e diária, a ocorrência de diarreia e constipação intestinal em pacientes em terapia nutricional enteral exclusiva durante 21 dias. Estudou-se o comportamento de variáveis relacionadas aos pacientes, a influência da terapia medicamentosa e o tipo de fórmula de nutrição enteral. Os pacientes foram categorizados retrospectivamente quanto a evacuação diária em: grupo D (diarreia; definida como três ou mais evacuações no período de 24h); grupo C (constipação intestinal, definida como menos do que uma evacuação em três dias) e grupo N (ausência de diarreia e constipação intestinal). Analisou-se a terapia medicamentosa administrada aos pacientes de acordo com cada classe terapêutica e quantidade recebida. Também se avaliou a presença de fibras na composição de fórmulas de nutrição enteral. Resultados: Dos 110 pacientes analisados, observou-se constipação intestinal em 70,0% (77), diarreia em 12,7% (14) e em apenas 17,3% (19) dos pacientes houve ausência de diarreia e constipação intestinal. A única variável associada à frequência de diarreia foi a terapia medicamentosa. Houve associação entre os medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais e diarreia em pacientes que fizeram uso de fórmula de nutrição enteral sem fibras (p=0,021). No grupo constipação intestinal, a internação na UTI e insuficiência respiratória foram variáveis significativas (p=0,036 e p=0,003277, respectivamente). Houve associação também entre os medicamentos antagonistas H2 e constipação intestinal em pacientes que fizeram uso de fórmula de nutrição enteral sem fibras (p=0,013). Fórmula de nutrição enteral com fibra esteve associada à prevenção da constipação intestinal. A classe terapêutica de antidopaminérgico mostrou efeito benéfico na prevenção da diarreia (p=0,023) e de constipação intestinal (p=0,022) quando comparados com grupo N. Conclusão: A constipação intestinal foi mais frequente que diarreia em pacientes em TNE exclusiva, principalmente quando foi usada fórmula de nutrição enteral sem fibras. A classe terapêutica de medicamentos anti-inflamatórios não esteroidais associou-se à diarreia em pacientes que fizeram uso de fórmula de nutrição enteral sem fibras. A constipação intestinal esteve associada à internação na UTI, à indicação de TNE por necessidade de ventilação mecânica e a classe terapêutica de medicamentos antagonistas H2 em pacientes que fizeram uso de fórmula de nutrição enteral sem fibras. A prescrição de medicamentos pró-cinéticos se mostrou benéfica na prevenção de diarreia e constipação intestinal, assim como o acréscimo de fibras na fórmula de nutrição enteral associou-se à prevenção de diarreia e constipação intestinal influenciados pela terapia medicamentosa