Constipação intestinal em idosas: suas queixas e sua dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Salgueiro, Marcia Maria H. de A. de O.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-21102022-155959/
Resumo: Objetivo: Descrever o \"Consumo alimentar e o hábito intestinal de mulheres com constipação intestinal funcional atendidas no Ambulatório de Geriatria,do Instituto Central do Hospital das Clínicas. Casuística e Métodos: Estudo transversal do tipo descritivo realizado no período de abril de 2002 a abril de 2003 por meio de entrevista, que utilizou questionário com informações sobre idade, classe social, peso e altura, atividade física, consumo alimentar, uso de medicamentos e hábito intestinal. O consumo alimentar foi avaliado pelo Recordatório de 24 horas, em medidas caseiras, e analisado pelo software \"Virtual Nutri\", adaptado com atualização do banco de dados de alimentos. O hábito intestinal foi medido por meio de queixas de 2 ou menos evacuações por semana, de esforço durante as evacuações; da presença de cíbalos e tenesmo e de ter horários pré-determinados para tentar evacuar, e classificado de acordo com o número de queixas (2, 3 ou 4 queixas). Resultados: A população estudada constitui-se de 65 mulheres com média de idade de 77,5 anos e IMC médio de 27,6 kg/m2 . A classe social mais freqüente foi a C (43,1%). Observou-se o hábito mais freqüente de realizar 4,3 refeições por dia; consumo médio diário de 1.106,8 ml de líquidos (água, leite, café, suco e chá), 1.216,7 kcal com 54,9% de carboidratos, 17,0% de proteínas e 28,4% de lipídeos e 13,0 g de fibras alimentares. O consumo médio das porções, de acordo com o recomendado para uma dieta de 1.600 kcal, foi de 2,6 porções de cereais, 1,2 de laticínios, 3,9 de frutas, 2,5 de hortaliças, 1,0 de leguminosas, 0,9 de carnes, 2,2 de óleos e 0,9 de açúcares. Em relação às leguminosas, 49,2% não apresentaram o consumo desses alimentos; apenas 7,7% e 6,2%, respectivamente, ingeriram hortaliças e laticínios de acordo com o recomendado ou acima dele e nenhuma idosa deixou de consumir cereais. Dos medicamentos usados diariamente, o número médio do total utilizado foi de 6,2; desses, 1,5 tinham efeito constipante, 1,4 efeito laxativo e 3,3 não alteravam o hábito intestinal. Das queixas investigadas, o esforço esteve presente em 95,4% das evacuações realizadas, os cíbalos em 83,1 % e o tenesmo em 86,2%. A freqüência de 2 ou menos evacuações por semana esteve presente em 64,6% das idosas. No que se refere ao número de queixas, observou-se 13,8% com 2 queixas, 43,1 % com 3 e 43,1% com 4 queixas. Apenas 20,0% referiram ter horário pré-determinado para tentar evacuar. A análise entre as variáveis estudadas e o número de queixas não apresentou diferença estatisticamente significativa. Conclusões: Embora o consumo médio do grupo das frutas e leguminosas esteja adequado, a população apresentou baixo consumo de líquidos e fibras, ausência de consumo de leguminosas por quase a metade das idosas e consumo inadequado de hortaliças e cereais. As queixas intestinais mais freqüentes foram cíbalos, tenesmo e esforço, sendo que a minoria apresentava 2 queixas. Recomendações: Esses dados reforçam a necessidade de elaborar estratégias educativas junto a esse grupo populacional e a necessidade de estimular o consumo de cereais, hortaliças, leguminosas e laticínios. Além disso, independentemente do número de queixas, as mulheres idosas atendidas podem ser consideradas semelhantes no que se refere à idade, estado nutricional, classe social, atividade física e medicamentos utilizados.