Idosos: o que conhecem sobre os medicamentos prescritos que utilizam?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Didone, Thiago Vinicius Nadaleto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9139/tde-04052015-082740/
Resumo: O conhecimento do paciente sobre seus medicamentos é o conjunto de informações sobre o medicamento necessárias para garantir seu uso correto. Este conhecimento é insuficiente nos idosos, que representam o segmento populacional que usa mais medicamentos e que mais cresce no Brasil. Este estudo identificou fatores relacionados ao conhecimento que pacientes muito idosos (≥80 anos), atendidos no Ambulatório de Fragilidade do Hospital Universitário da USP, possuíam sobre a medicação prescrita. As 11 perguntas do questionário espanhol \"Conocimiento del Paciente sobre su Medicamento\" foram adaptadas transculturalmente ao português brasileiro, processo que incluiu etapas de tradução, retradução, pré-teste e avaliação da confiabilidade e validade de construto da versão final. Esta foi usada para medir o conhecimento sobre todos os medicamentos prescritos pelo geriatra na última consulta médica por meio de uma entrevista face a face com o paciente ou seu cuidador. O conhecimento foi explicado por variáveis relacionadas ao entrevistado, ao atendimento médico e aos medicamentos, incluídas em um modelo misto linear. Foi construído um modelo para pacientes e outro para cuidadores. O questionário adaptado mostrou equivalência conceitual, de item, semântica, operacional, de mensuração e funcional com o original. A versão brasileira apresentou confiabilidade suficiente (α de Cronbach=0,736). Sua estrutura interna foi semelhante a do questionário espanhol e o conhecimento estimado esteve correlacionado à adesão ao tratamento anti-hipertensivo (rb=0,86), ao controle da pressão arterial (rb=0,46) e à complexidade da prescrição (r=-0,22). No grupo de pacientes, medicamentos usados de 0,1 a 6,0 meses (b=0,19, p=0,009), e a mais de 6 meses (b=0,12, p=0,025), foram mais conhecidos que medicamentos nunca usados. No grupo de cuidadores, medicamentos classificados como potencialmente perigosos em ambiente ambulatorial foram mais conhecidos que os outros medicamentos (b=0,16, p=0,004) e, quanto maior a categoria do nível de instrução, maior o conhecimento. Assim, recomenda-se o uso do instrumento adaptado para medir o conhecimento sobre medicamentos de uso crônico em qualquer paciente fluente na língua portuguesa. A equipe de saúde precisa prover programas contínuos de educação sobre medicamentos, os quais devem ser adaptados à rede de apoio do paciente, incluindo os medicamentos usados há muito tempo. Deve-se, também, estimular a participação ativa do paciente (empoderamento) no gerenciamento de seus medicamentos.