Fibra de bananeira (Musa sp.): processo de extração, beneficiamento e sua aplicabilidade em produtos têxteis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinheiro, Luciano Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100133/tde-04052021-193527/
Resumo: A banana está presente em 129 países ao redor do mundo. O Brasil é o 5º maior produtor mundial e o estado de São Paulo, na região do Vale do Ribeira, o maior produtor nacional. O pseudocaule cortado, caso não tenha uma destinação, é descartado no solo, constituindo um agente poluidor. Uma alternativa seria a aproveitabilidade deste para a obtenção de fibras têxteis. Em Miracatu e Eldorado (cidade do Vale do Ribeira), diversos grupos de artesãs fazem a coleta, beneficiamento e utilizam as fibras da bananeira para a confecção artesanal de têxteis em teares manuais e técnicas diversas de trançados. Este estudo teve como objetivo relatar o processo de extração e beneficiamento da fibra de bananeira pela comunidade Ribeirinha do Quilombo de Ivaporunduva (Vale do Ribeira - SP). Também foram realizados ensaios de branqueamento e tingimento, e determinação das características físico-químicas da fibra de bananeira (cultivar prata AAB) (ensaios tênseis, MEV, DSC, TGA, FTIR, análise de cor e brancura, e DRX). Esses resultados foram comparados com os de fibras de reconhecida empregabilidade têxtil e foram feitas sugestões de uso com foco em aplicações técnicas e design. Os principais valores encontrados da caracterização das fibras de bananeira foram: Celulose Fibra Externa (FE) 61,30 % e fibra Interna (FI) 72,81%; Lignina FE: 26,70 % e FI: 9,13 % e Índice de cristalinidade FE: 66,71 %; FI: 61,01 %. Nas comparações feitas com fibras de reconhecida empregabilidade têxtil, encontrou-se similaridade de propriedades, notadamente tênseis, com outras fibras de folha, como o abacaxi e o sisal. O banho de celulase e pectinase foi eficaz ao degradar parte da pectina e da celulose presente na fibra, pois foi capaz de diminuir os níveis destes constituintes (o foco da ação das enzimas), mas também afetou os níveis de hemicelulose. Foi constatado no grupo de Artesãos da Comunidade de Ivaporunduva, que as práticas de artesanato com palha de bananeira (antes das extração das fibras), repassadas às artesãs nas comunidades, mantiveram-se vivas e ainda hoje observa-se que além de ser uma atividade de geração de renda, contribui para a sustentabilidade ambiental destas comunidades