Fibra de Buriti (Mauritia flexuosa Mart.): registro em comunidade local(Barreirinhas-MA, Brasil), caracterização físico-química e estudo comimpregnação com resinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cattani, Ivete Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100133/tde-29092016-100227/
Resumo: Mauritia flexuosa Mart. (buriti) é uma espécie de palmeira que se encontra amplamente distribuída na América do Sul e Central. Com importância histórica no desenvolvimento do país, essa palmeira tem desempenhado relevante papel ambiental, econômico e sociocultural. O buriti fornece matéria-prima para múltiplas aplicações tais como alimentos, bebidas, cosméticos, mobiliário, artesanato, entre outros. As fibras retiradas das folhas jovens da palmeira, conhecidas popularmente como linho e borra de buriti, são muito empregadas em produtos de artesanato, os quais incorporam a memória cultural e artística das comunidades que os produzem. Os objetivos deste estudo foram: registrar o processo de extração, beneficiamento e produção artesanal com as fibras de buriti (linho e borra), junto à comunidade local (Barreirinhas-MA, Brasil) e em visitas técnicas a associações (São Luís-MA, Brasil); efetuar a caracterização físico-química têxtil dessas fibras e esteiras em estado natural e realizar a impregnação com resinas para verificar se ocorre melhoria nas propriedades desses materiais. Foi acompanhada e registrada a cadeia produtiva do artesanato com buriti e, com as gravações, fotografias e filmagens, foi realizado o vídeo intitulado Fibra de Buriti: da Folha ao Produto - Artesanato e Design. Os principais resultados dos testes tênseis, para o linho e borra de buriti, foram respectivamente: tenacidade na ruptura (cN/tex): 28,4±5,5 (CV=19,6%) e 18,0±6,3 (CV=34,9%); percentual de alongamento na ruptura (%): 8,3±0,5 (CV = 6,8%) e 5,0±0,8 (CV=15,5%); Módulo de Young (N/tex): 6,1±0,8 (CV=13,1%) e 6,0±1,6 (CV=25,9%). Esses valores para a fibra de linho sugerem potencial para processos de fiação, tecelagem e produção de compósitos, assim como em fibras de espécies de reconhecida empregabilidade têxtil. Os valores tênseis para a borra são inferiores aos relacionados aos da fibra de linho de buriti in natura. Os valores obtidos de regain das fibras de linho e borra de buriti in natura foram respectivamente 8,5% e 9%. Na microscopia de corte transversal, para a fibra de linho foi determinado diâmetro celular de 8,5 µm e, para a fibra de borra, diâmetro celular de 7,2 µm. Os testes de FTIR indicam uma grande semelhança de características químicas entre o linho e a borra de buriti. Assim, as principais diferenças notadas são devidas a diferenças de suas características físicas. Há indicação que os produtos feitos com o linho de buriti possam ser limpos através de processos brandos de lavagem doméstica sem danos significativos à sua estrutura. Por outro lado, a imersão em álcool provocou alterações aos materiais, contraindicando seu uso. De modo geral, a aplicação de resinas sobre os produtos feitos de fibras de buriti não implicou em melhorias consideráveis nas propriedades desses materiais, sendo seu uso recomendável somente em casos específicos. Assim, o presente estudo pretende ampliar o respeito com os saberes das comunidades locais que extraem e empregam essa fibra; aumentar as informações sobre a potencialidade da biodiversidade brasileira e a possibilidade de emprego da fibra de buriti na elaboração de soluções e novos produtos para aplicação em engenharia e design