Preditores de desfecho em pacientes com infarto maligno do território da artéria cerebral média submetidos à craniectomia descompressiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Luiz Fernando Rodrigues de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-05062020-085246/
Resumo: INTRODUÇÃO: O acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico é importante causa de mortalidade em todo o mundo. Os infartos malignos do território da artéria cerebral média (IMACM) apresentam mortalidade de até 80% quando tratados clinicamente. Nesse contexto, a craniectomia descompressiva (CD) é uma medida salvadora, mas às custas de elevada morbidade entre os sobreviventes. OBJETIVOS: Avaliar os desfechos dos pacientes com IMACM submetidos a CD e seus preditores e descrever as características da população submetida a CD em um hospital universitário brasileiro. MÉTODOS: A partir de um banco de dados prospectivo, foram identificados todos os pacientes submetidos a CD devido IMACM no período de janeiro de 2014 e dezembro de 2017. Suas características demográficas e as relacionadas ao atendimento hospitalar, ao manejo agudo do AVCI e a todo o período de internação foram retrospectivamente avaliados e correlacionados por análise univariada e multivariada com os desfechos de mortalidade intra-hospitalar e ao final do período de seguimento e incapacidade funcional ao final do período de seguimento, dicotomizada em escore de Rankin modificado (mRS) > 3 e > 4. RESULTADOS: 53 pacientes foram incluídos. Homens corresponderam a 64,2%. A idade média foi de 54,6 ± 11,6 anos, sendo 64,2% menores de 60 anos. O hemisfério dominante foi o acometido em 39,6%. Os pacientes foram submetidos a CD após uma média de 36 ± 17 horas do início dos sintomas. A mortalidade intra-hospitalar foi de 30,2%. Entre os sobreviventes, a mediana do tempo de internação foi 31 [18,5-42,5] dias. Ao final do período de seguimento, 39,6% dos pacientes tinham morrido, 13,2% apresentavam mRS 5, 26,4% apresentavam mRS 4, 11,4%, mRS 3 e 9,4%, mRS 2. Idade maior que 60 anos (OR 6,05; IC 95% 1,30-28,13; p 0,022), maior NIHSS (do inglês, National Institute of Health Stroke Scale) (OR 1,21; IC 95% 1,04-1,41; p 0,012) e AVC prévio (OR 14,85; IC 95% 1,13-195,56; p 0,04) foram preditores independentes do desfecho primário, mRS 5-6. Idade (OR 1,1; IC 95% 1,01-1,21; p 0,038) e maior NIHSS (OR 1,25 (1,09-1,67; p 0,006) foram preditores independentes de mRS 4-6 ao final do seguimento, enquanto trombólise endovenosa (OR 0,08; IC 95% 0,01-0,69; 0,021) foi protetor. Maior NIHSS (OR 2,00; IC 95% 1,07-3,78/ p 0,03) e desvio da linha média (OR 1,45; IC 95% 1,05-2,00; p 0,022) foram preditores de óbito ao final do seguimento. Para mortalidade intra-hospitalar dois modelos de regressão logística foram avaliados e foram identificados os seguintes preditores: NIHSS da admissão (OR 1,27; IC 95% 1,05-1,53; p 0,013) e envolvimento da cerebral anterior (OR 5,45; IC 1,06-28,15; p 0, 043) e NIHSS da admissão (OR 1,34; IC 95% 1,06-1,69; p 0,015), crises epilépticas (OR 14,45. IC 95% 1,30-159,72; p 0,029) e desvio da linha média (OR 1,53; IC 95% 1,15-2,03; p 0,003). CONCLUSÕES: NIHSS da admissão, idade, AVC prévio, ocorrência de crises epilépticas, desvio da linha média e envolvimento pré-operatório do território da artéria cerebral anterior são preditores de pior desfecho funcional e mortalidade, enquanto trombólise endovenosa é fator protetor para mRS > 3.